Lei será vetada se blindar advogado
sob investigação
Ministro Tarso Genro é a favor de vetar lei
RIO - O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem, que o governo discute o projeto de lei que impede investigações criminais em escritórios de advocacia, mas ressalta que a proposta não será sancionada se impedir que se investigue advogado acusado de envolvimento em crime. “O que examinamos na lei é se ela traz algum prejuízo à investigação de algum advogado que, assim como em outros segmentos da sociedade, pode estar envolvido com o crime”, disse Tarso.
“Se existir na lei algum tipo de proteção a este projeto, ele não será sancionado. Se não existir, será sancionado. Temos que prestigiar as prerrogativas que são o princípio da proteção”, acrescentou o ministro a jornalistas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, onde se realizou ato de repúdio à corrupção e aos crimes do colarinho branco. “Temos que prestigiar as prerrogativas dos advogados, de proteção à cidadania. Agora isso não significa proteção à impunidade”, completou.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e o Ministério Público querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete o projeto de lei . Computadores, telefones e documentos em poder dos advogados também são classificados como objetos invioláveis. O projeto está na mesa da Presidência, à espera da sanção, desde terça-feira.
A nota técnica que as entidades representantes da magistratura e dos procuradores encaminharão a Lula afirma que a “imunidade” prevista no projeto é inconstitucional. O argumento do presidente da Ajufe, Fernando Mattos, é que a inviolabilidade dos escritórios de advogados supera o resguardo previsto pela Constituição para a moradia do cidadão.
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