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É de difícil entendimento mesmo

Gerson Tavares

Ontem, quando lembrei de tudo aquilo que o Fernando Henrique Cardoso falou e que deixou muito claro em relação à oposição que deve voltar-se para as "novas classes possuidoras", alheias ao jogo partidário, tinha certeza que o povão não iria entender e ainda seria insuflada pela “situação caótica” que está no comando do país.

Mas nunca pensei que um cidadão do povo que ficou oito anos governando o país e sabe que aquilo tudo que foi dito por FHC é a mais pura das verdades, fosse tentar falar contra. Mas qual não foi a minha surpresa ao ver na internet que o “cidadão” Lula, consegue mudar o “rumo das conversas”, faz mudar o significado da explanação de uma pessoa que é reconhecidamente um conhecedor da ciência política.

Quando Fernando Henrique disse em um artigo que a oposição deve priorizar a disputa de votos dentro da classe média, ele não falou nada mais que uma constatação. Todos sabem que os “miseráveis”, aqueles que o governo diz ser a nova classe média, são eleitores “comprados” pelo PT e ninguém vai conseguir mudar o seu voto. Nós sabemos que esses votos foram conquistados na base de compra e muito suor. Quando falo em compra não quero dizer, pagamento em dinheiro só, mas também compra em muitos casos, são as “bolsas” que estão sendo distribuídas a rodo pelo país. É só ver onde o governo tem mais votos, que é na região do nordeste, para ver se não é naquela região que a famigerada “Bolsa Família” prolifera em maior quantidade.

Mas o Lula não pode calar e falou que o país já teve presidente que preferia o cheiro de cavalo ao do povo, se referindo ao general Figueiredo. E para completar disse que agora, um ex-presidente fala ser preciso não ir atrás do povão. E completou sua sentença assim: “Não sei como alguém estuda tanto e quer esquecer o povão. O povão é a razão do Brasil e dele fazem parte a classe média, os ricos e os mais pobres. Todos são brasileiros”.

Depois dessa máxima lulistica, eu pergunto: Mas quem é contra o povo? O aposentado não é povo? Por que o governo petista teima em não atender os aposentados, dando a eles só migalhas de aumento? Será que é porque o aposentado não aceita cabresto?

E já é hora de perguntar ao Lula, por que o governo não pensa em dar trabalho ao povo no lugar dessas “bolsas fajutas”? Mas a pergunta tem uma única resposta que é exatamente, porque trabalho ninguém quer e se for para trabalhar, não haverá troca por votos.

Mas logo depois o Lula falou o porquê de o povo não querer o PT como oposição: “O povo brasileiro não quer uma oposição vingativa, com ódio, negativista”. Foi aí que ele me fez lembrar o passado, quando ele, Lula, era oposição. Dava para ver o ódio em suas palavras, em seus olhos. Lembro bem do Lula após cada debate nas campanhas passadas, quando ele ainda estava engatinhando na política e se via “enrolado” pelos outros candidatos. Por isso ele fala em oposição cheia de ódio, porque ele lembra muito bem como a sua “patota” agia.

Mas também, quando FHC falou, ele se esqueceu de dizer que para alguns seria um pouco mais difícil entender, mas quem sabe, se o Luiz Dulci fizer uma tradução mais simplória, Lula possa um dia falar de outra maneira sobre o assunto.

É só uma questão de “estudo”.