quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quem tem a verdade?






Gerson Tavares






Ainda no mês de fevereiro deste ano, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Guilhotina”, quando foram presos vários bandidos, em sua maioria policiais civis e militares do Rio de Janeiro, que desfilaram por uma boa parte do código penal, já que são acusados por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, extorsão, violação do sigilo funcional e comércio ilegal de armas.

Entre esses presos estava o delegado Carlos de Oliveira, ex-chefe da Polícia Civil e ex-subsecretário de Ordem Pública. Como dá para ver era uma coisa organizada na “sala de cima”, com autoridade e com aval de “chefão”. E foi aí que o meu amigo “Zé Doidão” falou: “Não podemos esquecer que Al-Capone era chefe da máfia”.

Mas como estamos agora falando de “máfia brasileira”, tudo pode acontecer e agora, pouco mais de dois meses após, um desembargador, o Sidney Rosa, da 7ª Câmara Criminal do Rio, resolveu que esses “pobres coitados” não podem ficar privados de suas liberdades.

"Esdrúxula e constrangedora" foi o mínimo dos adjetivos que o Sidney usou para usar de sua autoridade e soltar a quadrilha de bandidos oficiais. E assim, com muitas palavras que ele encontrou no dicionário para desclassificar a prisão daqueles quarenta, dos quarente e sete bandidos presos, classificou a prisão preventiva de absurda.

O seu voto foi acompanhado pelos demais desembargadores e assim foram expedidos quarenta alvarás de soltura e o Sidney foi taxativo em seu parecer: “Quanto à questão de que esses policiais estariam desempenhando atividades supostamente arbitrarias, tais como venda de gás, venda do chamado 'gatonet', exploração de vans, entre outras hipóteses não contempladas pelo ordenamento jurídico brasileiro, na verdade, se o fazem é porque não há por parte do Estado qualquer atuação ostensiva. Pelo contrário, o Estado é omisso na busca de coibir essas ações tidas como ilegítimas ou imorais”.

Bem, depois dessa eu peço o boné. Se a Polícia Federal fez uma operação que causou a prisão da quadrilha já é um sinal de que "parte" do Estado está funcionando. Está coibindo e não sendo omisso. Prendeu a quadrilha e guardou muito bem guardada para que não voltasse a delinquir. Agora vem esse tal de Sidney e diz que está soltando os bandidos porque o Estado não fez o seu papel? Não será ele, Sidney Rosa, a "parte" deste Estado que não está cumprindo o seu papel?

Realmente, com desembargadores como esse tal de Sidney, não dá para ter Justiça séria.

2 comentários:

Anônimo disse...

É sempre assim. Cai no esquecimento, a turma volta para a rua e volta a armar esquemas.

Para isso serve a Justiça brasileira.

Bernadete Lucena
Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Está provado que estamos vivendo um período de máfia mesmo. Não dá para acreditar que a Polícia Federal tenha posto na cadeia essa turma toda assim, sem nenhuma razão.
Mas o que fazer se na Justiça eles sempre olham com outros olhos?
E nós ficamos aqui matutando o que está errado.

Georgina Santos
Nilópolis