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Quem paga o prejuízo?

Gerson Tavares

Assim como a Companhia Siderúrgica Nacional, nossa velha CSN de Volta Redonda, a Mineradora Vale também vivia no vermelho enquanto foi comandada pelo governo. Tanto uma como outra empresa não passava de cabide de emprego e ali viviam pendurados os cabos eleitorais dos governantes.

Em muito bom momento, mesmo com toda a grita daqueles que iriam perder o lugar para ganhar dinheiro sem nada fazer e outros que não teriam mais lugar para colocar os seus asseclas, tanto a CSN como a Vale foram privatizadas e hoje são duas rentáveis empresas, aliás, bota rentável nisso. Mas na Vale apareceu um “cara” que realmente levou a sério o seu lugar e o presidente Roger Agnelli levou a empresa a ser a segunda maior mineradora do mundo.

Isto para muitos é complicado, porque uma pessoa com esse padrão de trabalho é um perigo para aqueles aproveitadores que ficam sem condição de “arrumar algum”. Mas nem tudo é perfeito e entre os acionistas, lá está o governo e quando chega ao topo do comando alguém que não tem escrúpulo, tudo pode acontecer.

Ainda no governo Lula, Agnelli vinha sendo torpedeado por Dilma Rousseff e Lula chegou até a tentar tirar o homem do comando da Vale. Mas depois, talvez sendo aconselhado por alguém mais experto que ele, deixou a coisa ficar como estava e a Vale continuou navegando de “vento em popa”.

Mas a Dilma deixou de ser uma simples candidata a presidente e tornou-se presidente. Aí chegou a hora da sua desforra. Chamou a quem de direito e “pediu a cabeça de Roger numa bandeja de prata”. Como quem pode manda e quem tem juízo atende de imediato, Guido Mantega chamou a turma do Bradesco e avisou que o tempo de Roger Agnelli “já era”. E mesmo com outros acionistas contra a mudança, a “ordem estava dada e fim de papo”.

Só que a interferência política na Vale já está mostrando os resultados e tudo já começou a ruir. Basta dizer que a pior aplicação no mês de março foi o FGTS-Vale, que teve uma queda de 6,81% exatamente logo depois que foi anunciada a substituição de Agnelli.

Por tanto, se alguma coisa de mal acontecer com o Brasil, não precisa procurar o culpado. É só ir lá ao Palácio da Alvorada que Dilma estará em seu “repouso dos injustos”.