Refúgio a italiano foi ilegal

O ministro Cézar Peluso,

relator do julgamento do pedido

de extradição de Cesare Battisti,

durante a sessão do STF

Foto: Wilson Dias

Até que enfim alguém com juízo. O ministro Cezar Peluso, relator do processo em que a Itália pede a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, afirmou que a concessão de refúgio pelo governo brasileiro ao ex-ativista Cesare Battisti foi ilegal. Primeiro a votar no julgamento iniciado na manhã de ontem, Peluso sinalizou a extradição do italiano. Para ele, não há indícios de que o ex-ativista tenha sofrido perseguição política. Na Itália, Battisti foi condenado à prisão perpétua por suposto envolvimento com quatro assassinatos cometidos entre 1978 e 1979. Ele sempre negou envolvimento com os crimes. Desde março de 2007, ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde aguarda o julgamento do processo de extradição.

E a Justiça foi feita. Lewandowski, Ayres Britto e Ellen votaram pela extradição de Battisti no STF, acompanhando o voto do relator, Cezar Peluso. Os três que votaram a favor da permanência de Battisti no Brasil foram: Eros Grau, Cármen Lúcia e a grande decepção do dia, Joaquim Barbosa. Ele chegou ao absurdo de sugerir que fosse expedido alvará de soltura em favor de Battisti. Incrível!

Mas ainda faltam dois votos. Gilmar Mendes e Marcos Aurélio de Mello. E foi aí que o julgamento do pedido de extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti foi interrompido. Com um placar favorável à extradição, Marcio Aurélio resolveu jogar um “balde de água fria” com o pedido de vista.

A sessão foi suspensa e na volta do julgamento, além de Marco Aurélio, o presidente do STF, Gilmar Mendes, também terá direito a voto. Com o pedido de vista, o caso só será concluído quando o julgamento for retomado, em data ainda não definida. Em plenário, porém, Marco Aurélio já sinalizou que deve votar contra a extradição e para surpresa geral, Gilmar Mendes deu a entender que vai autorizar a transferência de Battisti para a Itália.

Agora é esperar para ver se vamos nos livrar deste bandido ou se vamos ter que fiocar esbarrando com ele pelas ruas.

Valha-nos Deus.