quarta-feira, 3 de setembro de 2008

BRASIL
Chefe do GSI diz que única tecnologia antigrampo é “não abrir a boca”

General Jorge Felix sabe das coisas: “cala a boca”


BRASÍLIA – “Em boca fechada não entra mosca”. Foi mais ou menos o que quis dizer ontem o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Armando Félix. Pelo que deixou claro o general, a única tecnologia realmente capaz de evitar grampos telefônicos é “não abrir a boca”. Em seu depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, Félix disse que as novas tecnologias permitem a execução de escutas telefônicas e ambientais em praticamente qualquer local ou ligação.

“Tecnologia antigrampo: a única realmente eficaz é não abrir a boca. Existem equipamentos hoje que colocam infravermelho na vidraça nas nossas salas de trabalho. Com a vibração da voz, ele capta tudo aquilo que está sendo falado, e são equipamentos que não são tão modernos assim. Hoje é muito difícil ter absoluta certeza de que você não está sendo monitorado de alguma forma”, afirmou Jorge Felix. Disse ainda, que a telefonia é o “meio mais vulnerável” a grampos, especialmente os telefones celulares. “O celular é um rádio, que transmite a uma estação e vai passando para outra. Infelizmente, a tecnologia tem o seu lado bom, mas também tem esse seu lado ameaçador”.

Em seu depoimento à CPI, o general negou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tenha realizado escutas ambientais no STF (Supremo Tribunal Federal) durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. “Não tivemos nem temos nenhum acesso ao trabalho no Supremo. Quando eles pedem apoio, nós fornecemos o apoio. Quando outro poder nos pede algum tipo de apoio, nós fornecemos. Mas não há porque estarmos nos intrometendo”, disse ele.

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