quarta-feira, 8 de junho de 2011

“Todo borrado, mas calminho, calminho”




Gerson Tavares



Quando Antonio Palocci falou em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na sexta-feira da semana passada, que ele assumia toda a responsabilidade pelos atos e que o governo e o PT não tinham nada com isso, ele estava muito bem instruído, não só por advogados, mas também pela Procuradoria-Geral da República.

O enriquecimento de Palocci é uma coisa que realmente é só dele, mas o problema é como aconteceu o enriquecimento super rápido de Palocci. E aí já é de responsabilidade de Lula, de Dilma, do governo, do PT e de toda essa camarilha que está aí, “desgovernando” o país.

Todo mundo sabe e isso não dá nem para “deixar dúvida alguma” que Palocci fazia tráfico de influência, porque se ele fazia parte da “patota” e “vendia instruções” para aqueles que negociavam com a mesma patota, lógico que exercia influência e assim transformando qualquer negócio em “negociata”.

Não podemos esquecer que foi o Palocci o arrecadador de grana para a primeira campanha do Lula, que depois de vitorioso o colocou como ministro da Fazenda e é claro que quem deu dinheiro para eleger Lula depois veio buscar o troco. Ele sai do governo por corrupção e logo se elegeu deputado federal e conjuntamente com o mandato ele fazia suas “consultorias” e ainda estava arrecadando dinheiro para a campanha da Dilma que depois o colocou como seu “primeiro-ministro” e pelo que ficou claro, pelo menos uma firma que se serviu da “consultoria” do deputado, depois de meter dinheiro na campanha, fez grandes negócios com a Petrobras, coisa que podemos chamar de “negociatas”.

Lógico que Antonio Palocci não agiu sozinho e seus parceiros também devem ter tido uma boa parte no dinheiro. Ninguém, mas ninguém mesmo está trabalhando de graça nesse governo de “gulosos”. Mas Palocci tinha que assumir a culpa sozinho até mesmo, porque como aconteceu no governo Lula, quando ele ficou “mal na foto”, desta vez também foi para a geladeira, mas lógico, depois que passa o “cheiro da bosta”, ele volta como se nada tivesse acontecido.

Isso ficou bem claro quando ontem o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que, a partir da decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar as representações protocoladas pela oposição que pediam a abertura de inquérito para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci, o governo iria trabalhar como se não existisse crise. Ao ser questionado se a decisão de Gurgel acabava com a crise política envolvendo Palocci, Paulo Bernardo falou: "A crise sempre tem mercado e existe gente que ganha investindo em crise, mas o governo vai trabalhar como se isso estivesse resolvido". Com essa declaração, Bernardo deixou claro que era só o Palocci sair de cena e tudo voltava à normalidade. E o Palocci que estava nervoso, poderia ficar calmo que nada irá acontecer. E o mesmo que entrar de férias e nada mais.

E foi aí que meu amigo “Zé Doidão” contou uma piada que é a exata fotografia da declaração do Bernardo para o escândalo Palocci.. Vamos à piada: “Tinha um rapaz, de nome João, que não podia ir a baile, porque mal começava a dança e ele sentia uma excitação tão grande que lhe atacava uma violenta dor de barriga, aquela velha 'caganeira'. Era um vexame total e para evitar esse mal estar ele não ia mais a festa que tivesse dança. Mas chegou o dia da sua formatura e ele não poderia deixar de ir ao baile. Um amigo, o Paulo, então resolveu dar sua opinião para resolver o problema. 'João, você vai tomar uma dose dupla de calmante. Você vai ficar tranquilo e não haverá o problema daquela excitação toda'.
Assim foi feito e o Paulo chegou atrasado ao baile, cheio de ansiedade para ver o resultado da sua ideia. Imediatamente resolveu procurar o João e lá estava o amigo dançando tranquilo. Paulo tratou de arranjar um jeito de chegar perto do casal que rodopiava pelo salão e falou: 'Você está bem calmo... Então o remédio funcionou?'. E o João, na maior calma do mundo respondeu: Calminho, calminho... todo 'cagado', mas calminho...”

E ontem, todo “cagado”, calmamente Palocci pediu para sair e saiu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cagado ou não, Palocci não está nem aí. Cada vez que ele arma um escândalo, a conta bancaria dele fica mais gorda.

João Carlos Sant'Anna
Rio de Janeiro