O povo precisa mais

Gerson Tavares

A pacificação das favelas foi à grande cartada do governo do Rio de Janeiro em 2010. Com um secretário de Segurança que soube se impor, Sérgio Cabral fez o seu nome e fez tudo que queria fazer nas eleições do ano passado. Com as eleições ganhas, o governo estadual se acomodou, mas como o José Mariano Beltrame não é um homem acomodado, ficou “incomodado” com as coisas que aconteceram depois de tanto trabalho para pacificar áreas que por muito tempo estiveram dominadas pelo mal.

Depois de ver 17 favelas cariocas tomadas pelas Forças de Segurança, assim como nós, também Beltrame esperava que os investimentos sociais chegassem para dar continuidade ao bom relacionamento estado/povo, mas pelo que estamos notando isso ainda não chegou à mesa de Cabral.

Agora é o próprio José Mariano Beltrame que alerta o governo, que o sucesso do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora depende de investimentos sérios na área social. Ele já está cobrando uma entrada maciça de envolvimento de empresas e órgãos públicos para que aquele trabalho feito com tanto amor pelas polícias não seja em vão.

Beltrame está aborrecido com o resultado de hoje. Um homem discreto está angustiado vendo que nada mais acontece para valorizar aqueles cidadãos de bem que vivem naquelas regiões onde já existe ordem pública. “nada sobrevive só com segurança. Não será um policial com um fuzil na entrada de uma favela que vai segurar, se lá dentro as coisas não funcionares. É hora de investimentos sociais”. Estas palavras são do gaúcho José Mariano Beltrame, que não esconde o seu descontentamento com o governo.

Depois dessa bronca divulgada pela imprensa, o Sérgio Cabral e a OAB resolveram apoiar a angústia do secretário Beltame, só que apoiar mesmo, seria dar solução ao problema. É assim que age o verdadeiro cidadão que comanda.

Se todos os governantes fossem um pouco de Beltrame, tudo seria bem melhor.