Governo fez “aborto” no quinto mês

Gerson Tavares

Essa turma do PT não se emenda. Sai Lula, entra Dilma e os erros são sempre os mesmos. Mas eles erram porque sempre lutaram para ser governo, mas nunca se preocuparam em se preparar para isso.

Eles pensam que governar o Brasil é fazer reunião de sindicato, de negociar com os patrões as suas greves. Eles pensam que ir para a rua fazer “baderna” traz algum ensinamento para sentar na cadeira da Presidência.

E assim só não foi com Lula, porque ele teve a humildade se seguir a cartilha do governo anterior e manteve uma política econômica que por oito anos foi cópia fiel da política que vinha desde o governo Itamar Franco e de resto "jogava para a a galera".

Quanto aos escândalos que aconteceram foram prova da imaturidade dos homens que comandavam e assim Lula sofreu com alguns tropeções, mas conseguiu “enganar legal” e chegou ao fim dos seus oito anos de mandato pronto para deixar a sua substituta para que a sujeira ficasse debaixo do tapete.

Entre os erros do governo Lula, que foram muitos, um que chamou a atenção foi causado pelo ministro da Fazenda Antonio Palocci. Mas Lula pensava rápido e vendo que o barco estava fazendo água, tratou de jogar a carga estragada fora. Palocci descartado, Lula conseguiu contornar todos os outros escândalos sem que respingasse nele uma gota de lama.

Como o Palocci é muito experto e foi o grande arrecadador de dinheiro quando da primeira campanha política do Lula, Dilma tratou de trazê-lo para sua campanha Mas a Dilma não tem o mesmo “jogo de cintura” que o Lula. Trouxe o perigo para perto e colocou-o na sala ao lado da sua. Antonio Palocci que não nasceu para viver com pouco dinheiro, “arrumou os capetas” quando deputado e levou para dentro do Palácio uma bomba relógio que poderia explodir a qualquer momento.

E ainda não tinha passado cinco meses e eis que a bomba estoura. “Palocci fez negociatas”. E o “prefeitinho do interior”, com sua fome por dinheiro fácil, mostrou que continuava o mesmo.
Governo abalado, mesmo com Paulo Bernardo dizendo que tudo estava bem, mas todos querendo saber nomes e o Palocci já quase “vomitando” tudo. Lula, experto, tratou de assumir o comando do governo, mandou a Dilma ficar no Alvorada e chamou todos às falas. Não dava mais para segurar o resultado, mas pelo menos ele queria que só um fosse derrotado. Se o Palocci falasse muita gente, inclusive ele, Lula, poderia ser atingido mortalmente na política.

Depois de mais uns dias, com o Lula conseguindo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se colocasse como escudo para barrar toda e qualquer pressão da oposição, resolveu que Palocci, num ato de “bravura”, pedisse para sair, deixando assim, não só Dilma, mas todos, aliviados.

Era hora de chamar alguém para o lugar. Quem? Eis aí uma boa pergunta. Quem nesse grupo de “trombadinhas” poderia chegar para dar mais tranquilidade para governabilidade? Existe um cara mais experto que todos nesse governo petista e que está sempre de plantão. Falamos de Paulo Bernardo, ministro do Planejamento e ele, sempre na sua, "planejou" dentro de casa a solução. Foi aí que a Dilma tratou de chamar Gleisi Hoffmann para assumir a Casa Civil.

Mas o que terá pesado mais para essa escolha? A senadora em si, ou o fato de ser esposa do Paulo Bernardo?

Está aí uma pergunta de difícil resposta.