terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu não sabia que petista tinha modelo



Gerson Tavares


Como se o fato de ser petista fosse uma “graça”, os militantes do partido têm como um verdadeiro “encosto”, o deputado estadual Jorge Babu. Para muitos, ele é o verdadeiro Lúcifer. Mas que “estranho no ninho” seria o Babu no PT, se quando ele foi preso, só porque estava numa rinha de galos, estava em companhia de Duda Mendonça, o guru de Lula?

Mas o Babu, o vereador que criou o feriado de São Jorge na cidade do Rio e depois se candidatou a deputado estadual para estender o feriado ao restante do Estado do Rio, encontrou mais uma utilidade para aquele diploma da Assembléia Legislativa. Como bom ex-policial, também fundou a sua milícia e tem garantido o seu foro privilegiado. Já em seu segundo mandato como deputado, é bem verdade que na última vaga do PT, quer dizer, eleito pela “raspa do tacho”, Babu que quase foi expulso do partido em 2004, chegando a ser afastado pelo diretório municipal, mas que conseguiu que a sua punição ficasse só em 45 dias de suspensão e quando ainda vereador, teve a Corregedoria de Policia Civil nos seus calcanhares, quando foi aberta sindicância para apurar a conduta de Babu, que acumulava salário como policial.

Mas em 2005 o Ministério Público denunciou Babu à Justiça. Ele e outros quatro servidores que estavam à disposição da Primeira Vara da Infância, foram denunciados por formação de quadrilha armada e concussão, entre 1977 e 2003. Eles aproveitavam-se da liberdade de trânsito que tinham na Vara da Infância para saber que eventos seriam fiscalizados pelo Juizado e negociavam com as partes a obtenção de alvarás judiciais e faturavam uma boa “grana”, além de ingressos e cortesias em motéis. Babu era o intermediário, ajudando a resolver os problemas que os quadrilheiros e empresários de bailes funk, por acaso tivessem.

Mas como o mercado dos traficantes foram crescendo, as novas quadrilhas formadas por policiais, receberam o nome de “milícia” e Babu, homem da área policial, não poderia ficar de fora desse seguimento financeiro. Até agora, o negócio vem crescendo e o Babu se tornou um grande líder da sua “quadrilha”, ao lado do tenente-coronel Cunha, um fuzileiro naval, um bombeiro, dois policiais militares como foram identificados e cinco mais moradores da região. Lógico, esses são os “chefes”, mais muitos outros fazem parte do bando.

Esses bandos, segundo o Ministério Público alega, são “extremamente perigosos”, com uma grande maioria de policiais que implantaram um “poder paralelo que mantêm a população sob o jugo da força”. e é este poder paralelo que está acontecendo na “Comunidade da Foice”, uma favela que a quadrilha do Babu domina e que, em momento de campanha eleitoral municipal está repleta de cartazes com a foto de Jorge Babu indicando o seu irmão Elton, que também é do PT, como candidato a vereador.

Mas como “blindar” o partido é importante para os petistas e como não deu mais jeito de salvar o Jorge Babu, ontem o PT do Rio abriu sindicância para ver se deve ou não eliminar o deputado do partido.

E assim, agora só resta ao Babu rezar para São Jorge.

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