terça-feira, 16 de setembro de 2008



Do jeito que a coisa vai, “ou dá ou morre”



Presidente Horcades, do Fluminense atende
a caprichos da torcida, temendo represálias
Foto Carlos Moraes


RIO – O dia de ontem serviu para diretores dos clubes do Rio de Janeiro lavarem a “roupa suja”. A história da distribuição de ingressos dos clubes para torcidas organizadas foi o principal assunto no Fórum promovido pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), em um hotel da Barra da Tijuca, com o objetivo de criar uma forma de combate às irregularidades na venda dos bilhetes.

Roberto Horcades, presidente do Fluminense, não escondeu o jogo e disse que faz a distribuição dos ingressos entre torcidas organizadas, pois teme até mesmo pela segurança de sua família. “Todos os clubes agem assim. Tenho quatro filhos para criar e temo pela minha integridade física. Não tenho como dizer não. O máximo que posso fazer é organizar a distribuição, cadastrando os torcedores”, falou claro Roberto Horcades.

Já o vice-presidente do Flamengo, Delair Dumbrosck, na maior, garantiu que o clube não faz a mesma distribuição. “O Flamengo não dava ingressos, só vendia meia-entrada para as organizadas. Mas, depois de uma determinação do Ministério Público, há cinco jogos, não fazemos nem isso”, garantiu ele, que sugeriu a venda de ingressos pela rede lotérica.

O comandante das Unidades Operacionais Especiais, o coronel Álvaro Garcia, foi enfático quando alertou para o destino dos bilhetes fornecidos pelos clubes. “Os ingressos param na mão dos cambistas vindo dos representantes das torcidas organizadas”, afirmou o oficial.

O certo disso tudo é que todos são culpados. Federação, clubes e torcidas organizadas têm que entender que estão formando quadrilhas e que esse fato ainda poderá gerar resultados catastróficos.

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