Quando bandido vira autoridade
Gerson Tavares
A exploração de prostituição infantil sempre esteve em evidência nas comunidades carentes. Os traficantes sempre tiveram as meninas que bem entenderam dentro das favelas. Já tivemos casos de meninas da classe média alta que foram parar nas favelas, atraídas pelo “falso” poder da bandidagem.
Mas policiais ficaram de olho grande nos negócios dos traficantes e formaram as milícias. Tomaram as comunidades, passaram a explorar os moradores, como antes faziam os traficantes, e dominaram geral. Como esses “policiais” não têm nenhum escrúpulo, resolveram também partir para mais um “segmento” do faturamento sobre as pessoas que estão sob seu jugo. Partiram para a exploração sexual de meninas da comunidade. Em Gardênia Azul, Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, esse fato foi confirmada pelo procurador de Justiça Antônio José Campos Moreira, do Ministério Público estadual (MPE), que prestou depoimento à CPI das Milícias. A denúncia foi divulgada nesta ontem pelo jornal O Globo.
Esta denúncia foi feita pela própria população, que muito preocupada e revoltada, denunciou ao Ministério Público, que agora investiga sob segredo de Justiça, como estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por se tratar de crianças envolvidas. Crianças de 10 a 14 anos estão sendo prostituídas na região.
Os envolvidos deverão ser denunciados por exploração sexual. A promotora Márcia Velasco já foi convidada a prestar esclarecimentos à CPI das Milícias e se prontificou a mandar informações de todas as milícias de Jacarepaguá, de acordo com o presidente da comissão.
Mas também é hora de chamar as autoridades para a responsabilidade. Se tudo isso está acontecendo, é porque o Estado abriu mão da sua autoridade. As favelas existem, todo mundo sabe, mas as autoridades passam ao largo. Antes eram só os traficantes, agora também existem os milicianos. Todos sabem, mas onde está o governo Federal? Onde está o governo Estadual? O ministro da Justiça e o secretário de Segurança? Onde estão eles? As Forças Armadas, o ministro da Defesa. Enquanto eles estão preocupados com os próprios “umbigos”, o povo sofre com os desmandos.
Mas como combater traficantes e milícias, se lá dentro, na sala ao lado de cada um dessas autoridades, pode estar instalado um bandido ainda pior?
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