quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Justiça carioca aposta no bicho


Gerson Tavares

Eu sou do tempo que fio de bigode valia por uma assinatura, um aperto de mão era honra para qualquer negócio e desembargador era pessoa de respeito. Mas infelizmente esse tempo passou e pelo visto não volta mais.

É triste quando você vê estampado nos jornais que “bicheiros” pagaram festa para presidentes de tribunais Regionais Eleitorais do estado do Rio de Janeiro. Mas como nem tudo está tão ruim que não possa piorar, você vê abaixo de uma foto de um desembargador, o Alberto Motta Moraes, a seguinte frase: “Fiz e faria de novo”.

E o que ele fez? Aceitou que um show comandado pelo carnavalesco Milton Cunha e com a participação de passistas e ritmistas de Escolas de Samba marcasse a sua última aparição pública como presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

Com tudo pago pelos “bicheiros”, Motta Moraes prestou homenagens em seu discurso aos contraventores Aniz Abraão David, o “Anísio”, e Luizinho Drumond, que fazem parte da “cúpula” da Liga e do jogo de azar, sendo que os dois são os principais indiciados , processados e que foram presos diversas vezes na “Operação Furacão”.

Para mim, esta é a Justiça mais injusta de todos os tempos. Mas também o que esperar do Poder Judiciário? Para ele ser justo, teria que executar os outros dois Poderes da República.

E entre serem justos a se aliarem ao Executivo e ao Legislativo, os dignos desembargadores escolheram a segunda opção.

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