terça-feira, 6 de janeiro de 2009

“Fábrica de loucos e monstros”


Gerson Tavares




A culpa não é dele. A culpa é de quem autoriza que bandidos dêem entrevistas. Foi exatamente o que aconteceu com a entrevista de muito mau gosto que a TV Record colocou no ar, quando no “Domingo espetacular” do último domingo de 2008, o Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira Mar”, sócio de Juan Carlos Abadia na venda de drogas e armas, falou o que quis.

Autorizado pelo juiz Odilon de oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, um repórter da emissora do Edir Macedo fez uma entrevista que foi muito criticada por policiais federais que caçaram o bandido até sua prisão na Colômbia. A reportagem também foi muito criticada pelo diretor em exercício do Departamento Penitenciário Nacional, o DEPEN, Wilson Damázio. Um juiz tem obrigação de saber o que pode e o que não pode um bandido. Tem obrigação de saber o que é bom e o que é ruim para o país, mas parece que neste caso, o Odilon não sabe é nada. E como deram câmera e microfone para o “Beira Mar”, uma das coisas que ele falou na entrevista é que a penitenciaria federal de Campo Grande (MS), onde está preso, é uma “fabrica de loucos e monstros”.

O repórter não contestou tal afirmação, mas seria muito bom fosse lembrado ao bandido que “fabrica de loucos e monstros” são os locais onde eles, os bandidos, formam suas quadrilhas, arregimentam crianças e jovens para se tornarem verdadeiras “bestas-feras”. Teria sido muito bom se o repórter mostrasse ao traficante que no máximo, a penitenciaria poderia ser considerada “deposito de loucos e monstros” como ele.

A emissora do Edir Macedo errou quando pautou uma entrevista com um traficante que tem mais é que ficar guardado e calado. O repórter não demonstrou o menor senso de profissionalismo ao dar voz a um bandido como esse tal de “Fernandinho Beira Mar”, que calado já está errado. Mas também errou, e muito mais ainda, esse juiz lá de Campo Grande, o Odilon de Oliveira que autorizou a entrevista. Seria bom lembrar a este juiz e ao Edir Macedo, que dar “voz ao tráfico” foi uma atitude de “alta periculosidade”.

3 comentários:

Anônimo disse...

Fernandinho Beira Mar é só mais um a tirar onda. E o pior é que ainda tem gente que dá chance dele falar.

Pau neles!


Lobato

Copacabana

Anônimo disse...

só bandido tem facilidades nesta terra. este juiz deve condenar ladrão de galinha, mas bandido, esse ele tem medo.


bené

niterói

Anônimo disse...

Ainda bem que ainda tem gente falando dessas loucuras que as televisões fazem em busca de audiencia.

O pior é que a Justiça ainda deixa essa turma fazer essas coisas que só dão 'valor' a quem não tem.


Diva carla Gonçalves

Valença