quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Senado quer manter o senador biônico

Gerson Tavares


Das 81 vagas no Senado, hoje só 64 senadores foram eleitos. Como o suplente de senador não é votado, 17 dos que lá estão decidindo a vida dos brasileiros, o povo nem se quer conhece. Bem diferente da Câmara, que o suplente também foi votado. Quando sai algum deputado, entra o primeiro da fila dos votados que ficaram de fora.

Mas no Senado, normalmente assume aquele que pagou a campanha do senador, político carrega o voto. O seu suplente normalmente é um zero a esquerda, mas dono de conta “boa” bancaria. Eles são indicados normalmente pelos candidatos e até mesmo pela direção dos partidos, de acordo com os intere$$e$. Quando algum Senador é indicado para assumir algum cargo dentro do governo ou quando morre, o suplente assume e muitas vezes nem sabe por que está ali. Mas uma coisa é certa: embora não tendo a menor ligação com o eleitor e na maioria das vezes não precisando do dinheiro, ele posa de “autoridade” e começa a falar como se assim fosse.

Hoje eles correspondem a mais da quarta parte do Senado, fato que só tínhamos visto na época do governo militar, quando o então presidente Ernesto Geisel nomeou um senador biônico entre os três representantes dos Estados. E esta situação não deve mudar. Para ter essa certeza é só olharmos o que os senhores Senadores andam fazendo. O relator de uma proposta de emenda à Constituição que restringe o critério na escolha dos suplentes deixa bem claro que o texto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça em abril do ano passado foi engavetado e ninguém mais viu.

Segundo o presidente do Senado, os líderes se recusam a incluir a matéria na pauta de votação. O que, na prática, quer dizer que o trabalho da comissão está inutilizado. São muitos os senadores que querem e até precisam manter a atual “safadeza”. É assim que eles conseguem se eleger gastando dinheiro de “ricos deslumbrados”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vovê lembrou bem quando falou dos 'bionicos'. Só que naquela época era por conhecimento e hoje é por negócio. "Quem dá mais, é suplente".


Silvio Guerra Lima

Barra da Tijuca