BRASIL

Absolvição na Câmara não livra Paulinho

de ação no STF



“Paulinho” ainda vai ter muito que se explicar

BRASÍLIA – Ele conseguiu ser absolvido no Congresso, mas o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o “Paulinho da Força”, vai permanecer com o Judiciário nos seus calcanhares. Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ministro Carlos Ayres Britto afirmaram que a absolvição na quarta-feira do deputado pelo Conselho de Ética (?) da Câmara, não vai mudar em nada o que vem sendo analisado no inquérito que tramita no STF, investigando suspeitas do envolvimento do “dublê” de parlamentar e sindicalista, com um escandaloso esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com a absolvição que foi garantida pelo “corporativismo parlamentar”, o famigerado “Paulinho” só se livrou do risco de ser cassado.

“Em princípio, não muda nada”, disse Ayres Britto, relator do inquérito no STF que investiga o caso BNDES. “São esferas diferentes. A penal, aqui, e a político-administrativa, na Câmara dos Deputados”, afirmou. Já o presidente do Supremo falou: “São instâncias independentes, o STF e o Conselho de Ética da Câmara”.