Só depende de nós, povo e governantes unidos

Gerson Tavares

Foram muitos anos de domínio pelo tráfico que até já não acreditávamos mais que um dia iríamos passar pela Rua São Clemente sem sentir aquele “pontinho de medo” de ser abordado por algum bandido e até mesmo de uma bala perdida. Bem em frente ao Batalhão da PM, em Botafogo, olhando para o morro dava para ver que bandido não tinha o menor respeito pela polícia, o que dirá, pela população.

Ali perto está o palácio de governo da Prefeitura do Rio e por muitos anos os bandidos faziam questão de ostentar suas armas, mostrando que se alguém tinha força ali, era ele, o “dono” do morro. Vi passar por ali muitos “comandos o mal” e quando morria um “chefe”, logo outro ocupava o lugar e a comunidade continuava convivendo com aquele “mundo cão”. Trabalhei em Botafogo, na Rua Álvaro Ramos e de lá muitas vezes ouvíamos as escaramuças que as quadrilhas armavam.

Mas pelo que se escuta falar, agora o negócio mudou e o comando da comunidade foi tomado pelas autoridades. Tomar o comando não é difícil, é só uma questão de vontade. E é bom entender que para ter o comando não basta colocar a polícia lá em cima e dizer que está tudo bem. A autoridade tem que chegar às comunidades e ver o que está se fazendo necessário para que as pessoas tenham condições de vida. Educação, saúde e segurança juntos, podem levar aos moradores para que tenham uma melhor “vida”, mas não basta. Civilidade requer todos os direitos do cidadão e uma melhor qualidade de vida e o mínimo que o cidadão precisa.

E isso é exatamente o que o Estado diz estar fazendo da comunidade Dona Marta. Assim como aconteceu em Laranjeiras, na comunidade do “Pereirão”, que desde 1999, com melhores condições, já não convive mais com aqueles “incômodos” bandidos que circulavam entre pessoas de bem ostentado armas e vendendo o seu “produto do mal”. Se o estado se faz presente, bandido sai da “área”.

Este é o quadro que se apresenta hoje. Depois do “Pereirão”, nove anos depois chegou a vez do “Dona Marta”. Mas não podemos esperar nove anos para livrar cada região conflagrada. Quando vamos terminar com esse tormento? Seria muito bom que as autoridades, vendo que o caminho é este, se juntassem agora no sentido de se fazer um grande “mutirão de civilidade”. Só assim poderemos livrar de vez uma população ordeira deste Rio de Janeiro que amamos, das maãs desses malfeitores que só denigrem o maior “cartão postal” do Brasil.

O Rio é nosso!