Assumindo a culpa para ficar tudo bem

Gerson Tavares

 

É mais ou menos assim que estou vendo o desenrolar do caso do dinheiro que a equipe de campanha da Ideli Salvati recebeu de empresa que depois se viu ligada ao Ministério da Pesca. Para afastar da Ideli qualquer vestígio de culpa no fato, já tem gente assumindo a culpa.

Por isso o pedido de doação de R$ 150 mil para a campanha do PT de Santa Catarina, estado que tem como representante maior dentro do governo Dilma a hoje ministra de Relações Institucionais, ministra Ideli Salvatti, foi feito ao fabricante da agora polêmica frota de lanchas-patrulha que foram adquiridas pelo Ministério da Pesca, partiu de um ocupante de alto cargo de confiança do ministério.

O nome do “carinha” é Karim Bacha e ele era o secretário de Planejamento da pasta, enquadrado na faixa de remuneração mais alta da Esplanada, na época em que foi assinado o contrato com a empresa.

Pelo que dizem agora, Bacha é o personagem importante na compra das 28 lanchas-patrulha, ao preço de R$ 31 milhões. Segundo o Tribunal de Contas da União, essa compra aconteceu sem necessidade comprovada e com suspeita de uma licitação dirigida.

Karim Bacha, como “bom ladrão”, é também filiado ao PT e estava envolvido com a campanha de Ideli Salvati para o governo de Santa Catarina. Então ele pediu ao dono da Intech Boating uma ajuda, No início de setembro de 2010 o fabricante das embarcações fez uma pequena doação ao partido.

Mas segundo o próprio Bacha, esta empresa foi um dos muitos alvos entre o empresariado catarinense onde ele foi buscar dinheiro para o PT e para a campanha de Ideli.

Assim, com o Bacha assumindo toda a responsabilidade, fica a Ideli livre de qualquer culpa, mesmo que ela tivesse tomado conhecimento de quem deu o dinheiro e depois de quem vendeu as embarcações e até de como foi a divisão do lucro da transação.

Ideli sabe que quem tem um bom "laranja", nunca tem culpa de nada.