segunda-feira, 9 de abril de 2012


Dilma poderia se banhar na cachoeira




Esta cachoeira tem águas bravias




Também nas organizações criminosas, tudo funciona como se fosse uma grande empresa e é assim que elas obtêm êxitos em seus planos de expansão. E era exatamente como funcionava o grupo do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, mais conhecido no mundo do crime como “Carlinhos Cachoeira”, que sempre inovava em suas “armações”.

Todos hoje já sabem que o “Cachoeira” tinha negócios escusos, mas o que ninguém sabia era que ele tinha planos de novos empreendimentos no estado de Goiás, no Distrito Federal, em Mato Grosso e Tocantins. Nesta região ela sabia que podia contar com a ajuda de políticos e agentes públicos.

Mas Cachoeira sempre queria mais e mais. Isso ficou provado nas conversas telefônicas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, gravadas com autorização judicial. Ali fica clara a intenção da quadrilha de se aproximar de alguma forma do Palácio do Planalto, chegar até a mesa de Dilma Roussef.

Não é a toa que o Demóstenes chama o “Cachoeira” de professor. Em uma das ligações telefônicas captadas pela PF, Cachoeira ensina a Demóstenes como provocar e aceitar um convite para trocar o DEM pelo PMDB. Esta seria uma jogada de mestre para ele se juntar à base de apoio do governo e assim poder chegar com mais facilidade da presidente.

O “professor” ensina ao “aluno” e então acontece o diálogo: “E fica bom demais se você for pro PMDB... Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?”, pergunta Cachoeira. Demóstenes responde: “Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar”. Cachoeira se empolga: “Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá”. Como se fosse um bom subordinado, Demóstenes acata a recomendação.

Este diálogo aconteceu em abril de 2011 e Demóstenes estava em plena negociação com caciques do PMDB, tais como os senadores Renan Calheiros e José Sarney, para mudar de legenda. 

Pelo que dá para notar, pelos nomes dos caciques do PMDB que estavam à frente das negociações, a quadrilha iria ficar bem mais forte, mas em compensação, também muito mais “gulosa”.

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