“Verdade brasileira”

Gerson Tavares

 

É mais ou menos por aí que eu quero começar este período pós-Páscoa, falando de tudo que é verdade no País da “Comissão Verdade”. Todos nós sabemos que neste Brasil de Meu Deus, os políticos descobriram que uma “enorme mentira”, repetida muitas vezes, acaba virando uma “grande verdade”.

E foi então que fui procurar, lá, bem no fundo da memória, quantas “grandes verdades” ficaram no esquecimento porque outras "verdades" vieram ocupar o seu lugar e isso acontece até hoje.

Estou falando isso porque hoje temos aí, diante de nós, a ideia fixa da “Comissão Verdade”, ideia que está se tornando uma paranoia na cabeça de derrotados vingativos. São esses que precisam muito que alguém seja castigado só pelo prazer de dizer aos seus netos que não são perdedores. É o mesmo que o time que perde nos 90 minutos um jogo, mas que depois festeja a vitória no “tapetão”.

Para que possamos analisar esta “paranoia da verdade” resolvi mostrar alguns dos escândalos dos oito anos do governo Luiz Inácio. Então vejamos:

“Caso Pinheiro Landim”, “Caso Celso Daniel”, que até hoje continua sem ter solução sobre quem foi o mandante do assassinato e que, aliás, o Zé Dirceu finge que nada sabe. Também nessa área está o Caso Toninho do PT. Uma série de escândalos e podemos enumerar entre eles, “Escândalo dos Grampos Contra Políticos da Bahia”, “Escândalo do Propinoduto, que também é conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha”, “Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST” e logo depois o “Escândalo da Suposta Ligação do PT com a FARC”.

Depois tivemos “Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros”, “Irregularidades do Fome Zero”, “Escândalo do DNIT", que envolveu os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel, “Escândalo do Ministério do Trabalho”. E os casos escandalosos não paravam de pipocar e sempre ficando no esquecimento. “Caso Agnelo Queiroz”, aquele onde o ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos. Mas como o Queiroz atrai “mutretas”, logo depois aconteceu o “Escândalo do Ministério dos Esportes” por uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário de quem? Do ministro Agnelo Queizoz.

Aí veio a “Operação Anaconda”, o “Escândalo dos Gafanhotos”, ou Máfia dos Gafanhotos, se gostarem mais dessa nomenclatura. Tivemos ainda o “Caso José Eduardo Dutra”, o “Escândalo dos Frangos”, lá em Roraima. Também ainda no governo Luiz Inácio, tivemos várias “Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo”.

Depois de alguns “casos” que passaram quase que despercebidos, veio o “Escândalo dos Bingos”, que foi a primeira grave crise política do governo Lula e que foi chamado de “Caso Waldomiro Diniz” quando apareceu pela primeira vez o nome do “Carlinhos Cachoeira”.

Tivemos o “Escândalo da ONG Ágora” e até “compra de copos” tornou-se escândalos no governo Lula. Sim porque tivemos o “Escândalo dos Copos” que foi uma licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky. E por aí foi seguindo a relação de escândalos e casos e logo veio o “Caso Henrique Meirelles”, o “Caso Luiz Augusto Candiota, diretor de Política Monetária do BC, acusado de movimentar as contas no exterior e demitido por não explicar a movimentação, o “Escândalo dos Vampiros”, o “Uso que os Ministros fizeram dos Assessores em Campanha Eleitoral de 2004”, “Abuso de Medidas Provisórias no Governo Lula” entre 2003 e 2004, quando aconteceram mais de 300. Veio o “Escândalo dos Correios", também conhecido como Caso Maurício Marinho.

E de escândalos em escândalos e de casos em casos, seguia o governo de oito anos de Luiz Inácio. "IRB", "Novadata", "Usinas de Itaipu", "Furnas", foram alguns dos escândalos que antecederam o “Escândalo do Mensalão”, este talvez, se transformando na terceira grande e grave crise política do governo Lula. Veio o “Escândalo do Leão & Leão” lá da República de Ribeirão Preto ou "Máfia do Lixo", ou ainda "Caso Leão & Leão", que tem o Palocci como uma das figuras principais da quadrilha.

Descoberto o “Esquema de Corrupção no Diretório Nacional do PT” logo veio o “Escândalo do Valerioduto”. O “Escândalo do Brasil Telecom” que ficou conhecido por “Escândalo do Portugal Telecom” ou ainda por “Escândalo da Itália Telecom”. Tivemos ainda o “Escândalo da SEBRAE” ou se não estiver ligando o nome ao fato, é só lembrar o “Caso Paulo Okamotto”.

Veio ainda o “Caso Marka/FonteCindam”, o “Escândalo dos Dólares na Cueca”, “Escândalo do Banco Santos”, “Escândalo Daniel Dantas” do Grupo Opportunity, ainda tivemos o “Caso Toninho da Barcelona”, o “Escândalo da Gamecorp-Telemar” também conhecido como “Caso Lulinha”, quando o filho do Lula descobriu como é fácil virar milionário de noite para o dia.

É bom lembrar o “Escândalo da Quebra do Sigilo Bancário do Caseiro Francenildo”, quando o Antonio Palocci queria brincar de "araponga". E esta fois mais uma grave crise política do governo Lula. Veio ainda o “Escândalo do Proer”, o “Escândalo dos Fundos de Pensão”, “Escândalo dos Grampos na Abin”, “Escândalo do Mensalinho” “Escândalo das Vendas de Madeira da Amazônia” que se tornou o escândalo do Ministério do Meio Ambiente.

“Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo Lula”, “Crise da Varig”, “Escândalo das Sanguessugas” que se tornaria a quinta grave crise política do governo Lula. Inicialmente conhecida como “Operação Sanguessuga" e ou "Escândalo das Ambulâncias”.

Depois estourou o “Escândalo dos Gastos de Combustíveis dos Deputados”. Veio o “Escândalo da Suposta Ligação do PT com o PCC", “Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MLST”, “Escândalo dos Funcionários Federais Empregados que não Trabalhavam”, “Escândalo do Dossiê” que foi a sexta grave crise política do governo Lula.

Depois veio a “Crise no Setor Aéreo Brasileiro”. Logo a seguir a "CPI das ONGs”, “CPI do Apagão Aéreo", isso na Câmara dos Deputados, mas que teve desdobramento com a “CPI da Crise Aérea”, aí no Senado Federal e Câmara dos Deputados.

Outras operações e casos aconteceram, mas vou parar por aqui lembrando que tivemos ainda a “Operação Águas Profundas” que também focou conhecida como “Caso Petrobras”.

Sei que é uma longa lista, mas também foram oito anos de desgoverno e desmandos de uma pessoa que nunca se preparou para ser governo. Afinal, ele passou uma vida inteira fazendo oposição sem propostas de soluções para os problemas, então seria querer demais que ele soubesse ser governo.

E como falei, as mentiras, muitas vezes repetidas, viram verdades e foi assim, com muitas “verdades mentirosas”, que ele fez da Dilma Rousseff a sua sucessora.

Mas Dilma é assunto para amanhã.