Demóstenes já se banhava nesta “Cachoeira” à muito tempo

Gerson Tavares

Assim como o farol e o mar tem um amor eterno, não é de hoje essa amizade colorida entre a “Cachoeira e a Torre”. 

Demóstenes Torres não esconde que tem um xodó especial pelo Carlinhos Cachoeira e até explicou que essa amizade já rendeu muitos frutos em suas vidas familiares.

Dão-se presentes, trocam confidências, mas o senador diz que apesar do relacionamento de amizade, nunca tiveram negócios juntos. Tudo bem que na campanha de 2010, quando concorreu a cadeira do senado, Demóstenes recebeu doações do advogado Márcio Socorro Poliet, preso acusado de integrar uma quadrilha que negociava sentenças para fraudar a Receita Federal e manter bingos funcionando, tudo em prol de Carlinhos Cachoeira.

Aquelas doações são provas que Cachoeira era o dono da grana, já que o Márcio, que fez a doção, estava “socorrendo” o Torres por ordem do patrão, Cachoeira. Mas essas coisas já vêm de muito tempo. Em 2003 Demóstenes já demonstrava um grande interesse nos “negócios” de Cachoeira e não se escondia disso e até chegou a encaminhar requerimento de informações ao ministro da Fazenda, pedindo cópia autenticada do contrato entre a CEF e Gtech, empresa que tinha como interessado o Carlinhos Cachoeira.

Mas esta preocupação de Demóstenes tinha como meta dar tranquilidade ao Carlinhos. O Cachoeira estava “fulo de raiva” com o fracasso que amargava no negócio com a multinacional. Havia um acordo entre as partes que uma vez vencedora da licitação na CEF para operar o sistema de loterias, a Gtech subcontrataria as empresas do “bicheiro” para cuidar das loterias estaduais, o que renderia pelo menos dez milhões de dólares na época.

Mesmo assim a amizade entre Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira continuou inabalável. Essa era uma “história de amizade quase amor”. E para mostrar que sempre foi pura a amizade entre eles, Demóstenes fala sobre o relacionamento que nunca dependeu de negócios entre eles: “Recebemos diversos presentes, inclusive fogão e uma geladeira ofertados pelo casal de amigos. A boa educação recomenda não perguntar o preço de um presente, muito menos recusá-lo”.

Depois dessa, parem o mundo que eu quero descer!