terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O enganador



Gerson Tavares

Quando um ator sobe ao palco e se propõe a fazer um papel, ele tem “obrigação” de fazer o melhor. Ninguém o obrigou subir ao palco, ninguém disse que ele estava obrigado a fazer aquele papel e ele foi parar naquele lugar por livre e espontânea vontade. Os aplausos não são por sua atuação e sim pela obra apresentada. Este é o modo como vejo a arte.

Assim também é a política. Quando um “cidadão” se oferece para disputar um cargo eletivo, ele tem obrigação de ser um bom exemplo, mas hoje em dia, não é isso que está acontecendo no Brasil. Desde o primeiro mandatário até aos vereadores, todos estão dando mostra que hombridade não é o forte da “raça política brasileira”.

Quando no passado, Lula se dizia oposição, ele criticava até os acertos dos governantes. Não que os acertos devam ser aplaudidos, porque afinal, eles são “obrigação”. Mas Lula “soltava os bichos” mesmo nos acertos, porque ele precisava aparecer e assim fazia sem a menor cerimônia.

Depois que se viu no governo mudou o seu discurso e ai, mesmo com os escândalos envolvendo os seus “companheiros”, ele nunca foi capaz de criticar algum e até pelo contrario, sempre defendeu. Isso ele fez com José Dirceu, Antonio Palocci, José Genoino, Delúbio Soares e até com aqueles que não vieram do mesmo “ninho”, mas que estavam no mesmo “barco”.

Lula se juntou a todos aqueles que antes criticou. Fernando Collor, Jader Barbalho, José Sarney, Romero Jucá e até o Severino Cavalcanti. Chegou a aparecer em fotos ao lado do Roberto Jefferson, mesmo depois do escândalo do “mensalão” do PT. Aliás, por causa daquele “mensalão”, Lula não atacou agora o José Roberto Arruda. São “todos do mesmo saco”.

E é este Lula que quer agora emplacar a Dilma Rousseff, que também não é “flor que se cheire” para substitui-lo. Com um único intuito, que é de garantir o “emprego” e não correr o risco de alguém levantar seus desmandos financeiros durante os oito anos de desgoverno.

Se uma coisa boa teve o seu governo, Lula deve muito a Itamar Franco e Fernando Henrique. Embora ele tivesse criticado muito o “Plano Real”, foi exatamente este plano que garantiu até hoje uma governabilidade ao país.

Falar é fácil, o difícil é fazer.

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