Copenhague para turismo
Gerson Tavares
A “Conferência do Clima” foi uma decepção, mas Lula foi o “falastrão”. Quando todos esperavam pelas palavras do Barack Obama, o presidente Luiz Inácio da Silva resolveu virar a “estrela da companhia”.
Carta de intenções até foi fácil de ser elaborada, porque não custa dinheiro, mas soluções reais ficaram para um futuro longínquo. Copenhague foi sendo abandonada e os líderes nem se importaram com a falta daquela foto oficial. Todos se retiraram como se nem por ali tivessem passado.
Mas como nem tudo é igual e segundo a máxima do Nelson Rodrigues de que toda unanimidade é burra, Lula que já foi chamado de analfabeto pelo Caetano Veloso, resolveu mostrar que burro ele não é.
Já que nada pode mesmo ser feito, Lula surpreendeu a todos ao anunciar que o Brasil está disposto a “dar dinheiro” aos paises mais pobres para enfrentar as mudanças climáticas. Como todos que ali estavam queriam ver o “circo pegar fogo”, aplaudiram efusivamente o discurso do Lula. Lula tornou-se o grande destaque da “Conferência”, com todos acreditando que ele vai salvar o mundo e Obama, muito do inteligente, ficou na dele e mesmo ofuscado por Lula, ficou com a certeza de que quando voltar aos Estados Unidos, ninguém irá cobrar por oferecer o que não tem.
“Este não é o caso do Lula”, falou ao telefone o meu amigo “Zé Doidão”. E ai começou a explanar: “Depois que esta chuva chegou nos estados do sudeste, as família que foram atingidas, até agora não foram amparadas pelo Lula. Aqui mesmo, na Baixada Fluminense, quantas famílias permanecem em abrigos porque não tem para onde ir. O Lula moveu uma palha e no entanto quer dar uma de bonzinho com os povos mais pobres”.
E mais uma vez eu vejo que o “Zé Doidão” está com a razão. Aqui no Brasil não há dinheiro para ajudar os desabrigados das chuvas, que também são vitimas do “clima”, mas só que neste caso, ninguém vai dizer que ele é “o cara”.
É por essas e outras que eu peço: “Parem o mundo que eu quero descer”.
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