Estudar sim, mas não muito

Gerson Tavares

Muitos estudantes fizeram e fazem duas faculdades o mesmo tempo. Pessoas que gostam de estudar e que levam a sério aquilo gostam. Tenho um amigo que o filho dele entrou em duas faculdades, uma de advocacia e outra de economia. Cursou as duas e hoje, formado, hoje tem uma empresa de consultoria de empresas. Está muito bem nas profissões e lógico, “de vida”.

Mas agora apareceram os senadores, aqueles que sabem de um tudo e resolveram que duas matriculas em faculdades públicas, “não pode”. Se por acaso algum estudante passar para dois cursos, vai ter que abrir mão de um deles e dar adeus ao outro. Mesmo que uma faculdade seja federal e a outra estadual.

Pelo texto do projeto, o aluno que se matricular em dois cursos, depois de obter a aprovação no vestibular, terá cinco dias para optar qual o curso quer fazer. Se o aluno não se manifestar, a própria faculdade poderá cancelar a matricula mais antiga. O relator falou que quando o estudante faz duas faculdades, ele acaba abandonando uma delas pela metade.

Pode até parecer incrível, mas o único senador que se manifestou contra essa “brutalidade” do projeto, foi o Wellington Salgado, o “suplente de plantão” do Hélio Costa, que vem de uma família proprietária de faculdade. Falou que ele mesmo fez duas faculdades, engenharia e educação física e acabou se formando em pedagogia. Com isto, o senador deixou claro que o estudante tem o direito de procurar o seu caminho e ninguém tem o direito de barrar seu caminho.

Nisso tudo, os senadores estão acenando aos estudantes, que não é preciso estudar muito. Para que se esforçar tanto para passar em vestibulares se ao final ele não vai poder fazer tudo que quer. O seu direito é decidido por um projeto de meia dizias de “safardanas” que nem precisaram estudar para se locupletarem como “senadores da República”.

Jesus, apaga a luz!

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