quarta-feira, 8 de abril de 2009

Semana Santa


Pela tradição cristã começa no Domingo de Ramos






É com a bênção e a procissão dos ramos, que relembra a entrada de Jesus em Jerusalém, que são os pontos altos do Domingo de Ramos na Paixão de Cristo, que a Igreja Católica abre as celebrações da Semana Santa cristã.

O Domingo de Ramos assinala o fim dos 40 dias de Quaresma que tem iníciona Quarta-Feira de Cinzas. Assim começa a chamada Semana Maior no calendário religioso cristão, que culmina no domingo seguinte com a celebração da Páscoa da Ressurreição.

Em termos litúrgicos, esta festa é dominada pela leitura da Paixão de Cristo.

A procissão dos ramos, que começou a ser feita no século IV, simboliza o acolhimento triunfal dado a Jesus Cristo quando subiu a Jerusalém, poucos dias antes da morte e ressurreição.

Hoje em dia, após a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, a bênção e procissão dos ramos estão integradas na celebração eucarística dominical, decorrendo muitas vezes apenas em torno das igrejas.

Mesmo assim, continua em muitas localidades a tradição de realizar a procissão dos ramos pelas ruas, como acontece, por exemplo, na Póvoa de Varzim, ou assinalar a festividade com encenações teatrais, caso de Santa Maria da Feira.

Outra solenidade cultuada pela igreja acontece na quarta-feira de trevas.






Segundo os evangelhos de Mateus e Marcos, na véspera da última ceia Jesus foi à casa de Simão, o leproso, onde uma mulher lavou seus pés com bálsamo de nardo, enxugando-os com seus cabelos, para desespero de Judas Iscariotes, que reclamou do desperdício. Jesus, porém, disse que a mulher estava já preparando seu corpo para a sepultura.

Cristãs alitorianas recordavam a data perfumando seus cabelos com as essências mais caras que tivessem em suas casas, preferencialmente nardo. Muitas guardavam dinheiro o ano inteiro para comprar o melhor perfume que pudessem no dia santo.

Na Turquia e Armênia sassânidas, onde a seita se refugiou após a condenação pelo concílio de Nicéia, o hábito se fundiu com antigos ritos de prostituição sagrada. As alitorianas iam às ruas nesta noite e usavam o que obtivessem pelos seus serviços para comprar o nardo.

O costume deu origem à crença, não sustentada pelos evangelhos, de que a mulher que lavou os cabelos de Jesus era Madalena, a pecadora.

A liturgia segue na quinta-feira santa


A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.

E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.

Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta Jesus como “sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava”, mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.

São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristía.

Neste dia inicia a festa da “crise pascoal”, isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.
A sexta-seira santa é o dia da paixão


Na sexta-feira santa, a tarde é reservada para a apresentação do drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João é contemplado o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão, nos leva a contemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei.




No Sábado Santo, Com a chegada da noite, os cristão entram no coração das celebrações da Semana Santa! É a hora da Grande Vigília, a Vigília Pascal, que Sto. Agostinho chamava a Mãe de todas as Vigílias!

Para os primeiros Cristãos, a Páscoa não era apenas uma Festa entre tantas outras, mas era a “Festa Das Festas!”. E é assim que é até hoje. A maior Festa da Igreja Católica não é a Festa do Padroeiro. Não é a Festa do Natal, que é o começo da salvação cristã. Não é a Festa de Pentecostes, que é complemento da Páscoa. A maior Festa da Igreja Católica é a Festa da Páscoa porque para o verdadeiro cristão, todos são uma Igreja Pascal.

E a semana chega ao seu final e com o Domingo da Páscoa é coroada a semana santa.


A palavra Domingo, deriva do latim dominicus, que significa dia do Senhor. A determinação do dia em que deve ser celebrada foi assunto de grande discussão no passado. Foi, por exemplo, discutido no importante Concílio de Niceia, na Ásia Menor, que ocorreu em 325 d.C. uma vez que uma das questões centrais para o Mundo Cristão a decidir nesse concílio ecuménico mundial, era precisamente o de unificar a data da Páscoa. A razão para isto devia-se ao fato de a Páscoa ser celebrada em dias diferentes em regiões diferentes da cristandade. Por exemplo, os cristãos orientais celebravam a páscoa no décimo quarto dia do mês lunar, independentemente do dia da semana em que aquele calhava.

Estas diferenças no dia em que a Páscoa era celebrada em diferentes partes do Mundo Cristão, acalentavam diversos cismas religiosos. Por isso, foi decido naquele concílio fixar uma data que deveria ser seguida por todos, que estivesse ligada ao calendário lunar (que era também a base do calendário judáico), e que simultaneamente garantisse que a Páscoa fosse sempre celebrada num domingo.

Apesar da boa vontade, era necessário alguém que coordenasse a previsão das fases da Lua enquadrando-as no calendário Solar. Isto não foi tarefa fácil e o desacordo entre previsões distintas originou que diferentes partes do Mundo Cristão continuassem a festejar a Páscoa em Domingos diferentes, como ainda hoje acontece, apesar de o calendário gregoriano (estabelecido em 1582 pelo Papa Gregório XIII) ter trazido uma maior uniformidade. A tarefa de determinar o

Domingo de Páscoa não é ainda hoje uma tarefa imediata: é o primeiro Domingo a seguir à primeira Lua Cheia que ocorra em, ou depois de 21 de Março.

Feliz Páscoa! Que o Ser Maior abençoe a todos e até segunda-feira.

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