sexta-feira, 1 de junho de 2012


Depois do Lula veio a Dilma

Gerson Tavares
 



Assim devem estar se sentindo os donos das montadoras de automóveis. Durante o período militar, quando o governo cobrava planilhas com as razões para aumento dos automóveis, Lula apareceu como o grande aliado das montadoras. Nada como uma greve para amolecer o coração dos militares e assim, as montadoras foram aumentando os preços dos seus produtos. Lula fez seu nome como o grande líder que conseguia aumento de salários com qualquer greve e acabou chegando à presidência do País.

Tudo graças ao bom trânsito que tinha com os ex-patrões. Depois de virar líder sindical, essa classe de aproveitadores que a cada dia aumenta mais, Lula virou o “porta-voz” dos patrões para com os trabalhadores. “Vamos fazer greve que os patrões vão nos dar uma migalha daquilo que conseguirem de aumento para os seus produtos”. E todos embarcavam nessa onda de negociatas que serviram de plataforma para a candidatura futura.

Mas hoje a coisa mudou e Lula já não é nem líder sindical e muito menos presidente e foi então que começou uma “caça as bruxas”, com a presidente Dilma Rousseff em luta contra os juros dos bancos. Como está dando resultado, o governo está pensando em abrir outra linha de negociações e desta vez, ele quer que as montadoras de veículos no país abram as contas e margens de lucro.

Como não é segredo que Lula abriu as facilidades para os ex-patrões, o Executivo avalia que dá incentivo a um setor sem conhecer a real situação financeira das fabricantes. Assim sendo, parece que o governo quer saber o que de verdade existe nesse "túnel escuro". E se ficar constatado aquilo que a Dilma está pensando, o governo deverá cobrar reduções mais agressivas de preços, sobretudo, quando houver incentivos federais, como os que foram anunciados na semana passada.

Por lei, companhias de capital fechado, a maioria do setor, não são obrigadas a divulgar seus balancetes e ainda mais as montadoras, que sempre foram as “meninas dos olhos” do Lula. Elas mesmo é que nunca pensaram no assunto. E para mostrar que essa negociação vai ser muito difícil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automores (Anfavea) não quis se pronunciar, deixando assim no ar a questão.

Mas também, se pronunciar para que? Será que não seria bom primeiro procurar o Lula? 

2 comentários:

Um divulgador desempregado disse...

Mas se o governo pensa em atacar o produtor, porque ele também não pensa na carga de tributos que está gerando inclusive o grande desemprego.
Na área fonografica o desemprego é enorme porque a pirataria está aí, acabando com as greavadoras. Por vque o governo não diminui a carga tributaria que encarece o CD?
É muito fácil falar dos outros, mas quero ver fazer o seu papel.
São Paulo

Antonio Carlos Santos disse...

Esse governo está de brincadeira. As montadoras abrindo seus balancetes e o governo vai mostrar a sua caixa preta? O povo tem o direito de saber onde o governo gasta o dinheiro, mas isso, nem pensar.
São Caetano