sexta-feira, 1 de junho de 2012


CPI pode render cargos e fama

Parlamentares da CPI do Cachoeira em reunião, quando rejeitaram requerimentos de convocação de governadores

Se não servem para punir culpados, pelo menos as Comissões Parlamentares de Inquérito servem colocar muitos políticos anônimos em evidência, nem que seja para colocar o seu nome em “boca de Matilde”.

Neste caso está o presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo, do PMDB/PB, que em seu primeiro mandato já tem planos de sair da comissão para a presidência do Senado. Ele já foi adotado pelo senador Renan Calheiros, que também e do PMDB, só que de Alagoas, e não é que o "safardana" que já deveria ter sido cassado, já está planejando fazer do seu colega nordestino um “ser” conhecido o suficiente para assumir o lugar de José Sarney, este do PMDB/AP, no comando da Casa.

Sem a menor cerimônia o Renan indicou o Rêgo para outras funções importantes, tudo com o pensamento no futuro. Primeiramente foi relator do projeto de distribuição dos royalties do petróleo, presidente da Comissão de Orçamento do Congresso, Corregedor do Senado (aquele que é o responsável por investigar os colegas) e, por fim, presidente da CPI do Cachoeira.

Mesmo com a contratação de funcionária-fantasma em seu gabinete, mesmo debaixo das críticas sobre a condução dos trabalhos e alguns escorregões na CPI, lá vai o Rego aparecendo no cenário nacional.

Mas já virou "chacota" toda e qualquer fala do senador na CPI. Uma das frases que já faz parte do maior programa humorístico da TV Câmara foi dita por ele: "Ele foi satisfazer suas necessidades fisiológicas urgentes", disse Rêgo, ao microfone, justificando aos colegas a razão de o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), não estar presente num momento da reunião. Ele também já está famoso pela troca de nomes que costuma fazer: "Chico Lopes está com a palavra", afirmou. "É Chico Alencar, presidente", corrigiu o próprio deputado do PSOL.

Mas como ninguém faz um programa humorístico tão longo, sozinho, o presidente da CPI não está só. O torpedo do deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB/RJ), dizendo que "você é meu e nós somos teu", virou motivo de piada dos colegas.

"Deputado Miro, o senhor está no meu campo de visão, e eu gosto de olhar nos olhos do depoente", disse em uma reunião o senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP). e a resposta em termos de desculpa veio imediata e com muito humor: "Ele é teu!", falou Miro Teixeira (PDT/RJ), arrancando risos.

Mas para muitos, está fazendo falta o Vaccarezza, porque desde que foi flagrado blindando o Cabral, Vaccarezza tem se ausentado da CPI. E o pior é que a vaga na comissão seria uma forma de devolvê-lo às articulações políticas após ter perdido o cargo de líder do governo na Câmara.

Assim sendo, quem perde é o humor.

Um comentário:

Homéro Silva disse...

Mas só vejo certos nomes de senadores e deputados, quando tem CPI. Ou sendo julgado ou julgando, mas só na hora de algum escândalo.
Onde eles andam o resto do tempo? Se bem que agora, depois que o Lula abriu a porteira para os bandidos, virou tempo de CPI.
Guarulhos