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Lobby para esquema fraudulento
Gerson Tavares
Quando é o próprio Relator do Orçamento que distribui verba e faz lobby para esquema fraudulento, o que esperar mais desses “ladrões”, que se dizem “políticos”, que estão tomando conta do dinheiro do povo?
Desde abril deste ano que pelo menos R$ 3 milhões dos cofres do governo federal caíram nas contas de um jardineiro e de um mecânico. Eles são aqueles famosos “laranjas” de um esquema organizado por institutos fantasmas que superfaturam eventos culturais, fraudam prestações de contas e repassam dinheiro para empresas de fachada.
E o pior é que parte desse esquema é sustentada por emendas e lobby explícito, que por escrito são remetidas aos ministérios, por quem hoje elabora o projeto do Orçamento da União de 2011, o senador Gim Argello, do PTB do Distrito Federal.
Segundo investigação feita pelo jornal “Estado de São Paulo”, fica bem claro que, desses R$ 3 milhões, ao menos R$ 1,4 milhão foi repassado para institutos fantasmas por meio de emendas individuais de Gim Argello no Orçamento, para logo depois, todo o dinheiro ser repassado para a conta de uma empresa que tem um jardineiro e um mecânico como donos, tudo isso sem licitação.
O “Estadão” correu atrás e rastreou um roteiro fraudulento complexo, que envolve entidades de fachada e laranjas. Para começar, o parlamentar “safardana” apresenta uma emenda ao Orçamento que reserva recursos públicos para promover shows ou eventos culturais. O “pilantra” apresenta, além da emenda, uma carta ao ministro da pasta. Todo o dinheiro é destinado a um instituto fantasma e o suposto instituto, em seguida, repassa recursos para uma empresa de promoção de eventos ou marketing, com endereço falso e em nome de laranja.
As emendas constam em rubricas dos Ministérios do Turismo e da Cultura, e esses órgãos por estarem de acordo com a “roubalheira” não fazem a checagem presencial da prestação de contas do serviço, nem verificam a atuação do instituto e da empresa subcontratada.
E lembrar que esse Gil “está com Dilma e não abre”. Chora eleitor, mas não diga que eu não avisei.
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