segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dinheiro da saúde pode ter sido lavado
em offshore no Panamá





Hospital das Clínicas de São Paulo teve dinheiro desviado pela quadrilha



SÃO PAULO – Por tudo que se lê e se escuta, o país está infestado de bandidos em todos os setores. Agora foi a máfia dos parasitas, que usou empresas com sede no Panamá e em nome de motoristas e até uma empregada doméstica para lavar parte dos R$ 100 milhões desviados dos hospitais e das prefeituras de São Paulo, Minas, Rio e Goiás. O suposto esquema de lavagem era controlado, segundo a Polícia Civil de São Paulo, pela célula envolvida diretamente com as fraudes nos contratos com as prefeituras para a gestão de hospitais e o fornecimento de remédios e produtos hospitalares.

Resultado de uma força-tarefa montada há 11 meses pelo governo de São Paulo, com a participação da Polícia Civil, da Corregedoria-Geral da Administração e da Secretaria de Estado da Fazenda, além do Ministério Público Estadual (MPE), a “Operação Parasitas” levou quinta-feira à prisão cinco suspeitos de compor o chamado “núcleo empresarial” da suposta organização criminosa responsável por fraudes em centenas de licitações em 21 hospitais públicos da capital, entre eles o Hospital das Clínicas, o Dante Pazzanese e o Pérola Byington e em 29 prefeituras.

Relatório da Unidade de Inteligência do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) mostra que os investigadores detectaram o uso de laranjas nas offshores Intrepid Overseas Inc e Velox Overseas S/A, ambas ligadas à Velox Produtos de Saúde e Gestão Hospitalar. O verdadeiro dono da empresa seria o empresário Renato Pereira Junior, que é sócio da Home Care Medical Ltda.

Pereira Junior e seu sócio na Home Care, o contabilista Marcos Agostinho Paioli Cardoso, foram presos. A Home Care manteria contratos com as prefeituras de São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP), Taubaté (SP), Cotia (SP), Uberlândia (MG), Itu (SP), Araguari (MG), Caçapava (SP) e Indaiatuba (SP).

Segundo as investigações, Pereira Junior registrou a offshore Velox Overseas, em nome de seu motorista, Maurício Nascimento da Silva. Em uma das conversas interceptadas pela polícia, o empresário dá uma bronca em Maurício Silva. A ligação é de 7 de julho de 2008, às 14h28. No diálogo, Maurício telefona para o empresário e conta que está na sede da Velox Produtos de Saúde e gestão Hospitalar, em Diadema . O motorista conta que está ali para assinar documentos. “Se acabou de chegar é para acabar de sair. Assina o que tem de assinar e vai embora logo”, reage Pereira Junior. A Velox Overseas teria 80% da Velox Gestão. Os outros 20% seriam da Intrepid Overseas, registrada, segundo o relatório, em nome de Anor Augusto Jorge, outro suposto laranja.

Pereira Junior é sócio de varias firmas que servem para lavar o dinheiro que ele e sua quadrilha roubam do povo. Agora é esperar que o STF não encontre saída para mais esse “safardana”.

Nenhum comentário: