TSE recua e libera candidatura de ‘contas sujas’

Gerson Tavares

 

Lewandowski deixa saudade no Tribunal Superior Eleitoral, pois em seu lugar está um Toffoli qualquer que resolveu manter a cara da política por mais tempo. Na quinta-feira o TSE voltou atrás em sua posição e decidiu, por 4 votos a 3, que candidatos que tiveram as contas eleitorais reprovadas, os chamados “contas sujas”, poderão participar das eleições municipais deste ano.

Em março, os ministros haviam editado uma resolução, dizendo que tais candidatos seriam considerados inelegíveis. Em menos de seis meses, portanto, o tribunal modificou sua orientação. Mas agora o tribunal finalizou a análise sobre um pedido de reconsideração feito pelo PT, acompanhado por 13 outros partidos, que havia sido interrompida na última terça-feira. E adivinha se não foi por um pedido de vista do ministro José Antonio Dias Toffoli, quando o placar estava empatado em 3 a 3, que esse fato aconteceu?

E esta mudança de orientação aconteceu exatamente porque Toffoli entrou no lugar do Ricardo Lewandowski que deixou a presidência do tribunal e sua cadeira de ministro no mês de abril deste ano. Não dá para esquecer que o Lewandowski havia votado pela inelegibilidade dos candidatos com contas eleitorais reprovadas, mas com o Toffoli entrando em seu lugar e o PT mandando mudar o “rumo da prosa”, olha a bandidagem de volta às eleições.

Mas quem é o Toffoli? O Dias Toffoli não é outro, se não, aquele que “é” ex “empregado” de Zé Dirceu e que tem na namorada, a advogada do “rei” do escândalo do Mensalão. Por tudo isso, Toffoli pode ser considerado um dos responsáveis pela defesa de “bandidos mensaleiros”.

Com a "família" trabalhando em defesa do ex-ministro José Dirceu, o ministro Dias Toffoli, agora já está enfrentando o dilema de ter que se declarar impedido para votar no caso do mensalão, aliás, coisa que eu não acredito que ele faça. Porque se ele não deixar o julgamento para pessoas não comprometidas, ele vai acabar “melando” o julgamento e com isso irá retardar mais e mais e assim os bandidos vão ganhando tempo até prescrever o crime.

Mas voltando ao caso dos “fichas-sujas”, em seu voto, Dias Toffoli “descobriu” que a legislação eleitoral apenas determina que o candidato deva apresentar suas contas de campanha para ficar quite com a Justiça Eleitoral, esquecendo que quando você apresenta um recibo, ele deverá ser analisado e aprovado. Mas ele, por sua índole “bandida”, entende que não há necessidade que elas sejam aprovadas. Assim sendo, pelo que diz esse tal de Toffoli, é só o “bandido” apresentar um papel qualquer para que tudo fique "acertado". Das duas uma: ou esse Toffoli está de brincadeirinha ou então está mesmo é a serviço dos “bandidos”.

Pelo que todos entendiam até agora, todo candidato que concorresse a uma eleição, deveria levar suas contas aos tribunais eleitorais para que essas contas fossem analisadas e que poderiam ser aprovadas ou reprovadas pelos tribunais. Mas como o Toffoli quer e vai ser, de agora em diante, depois de disputar uma eleição, todo candidato que teria obrigação de apresentar uma prestação de contas dos recursos arrecadados e gastos nas campanhas, poderá levar um rolo de “papel higiênico usado”, que terá as suas contas aprovadas.

Faço uma ideia de como está a ministra Nancy Andrighi, que havia votado a favor resolução anterior. Segundo seu voto, os políticos que não têm suas contas aprovadas devem sofrer a mesma punição dos que não apresentam as contas, o que quer dizer, ficar inelegível até o fim da legislatura que disputou.

Mas quis a realidade que brotasse mais um escândalo no cenário brasileiro e o nome do Dias Toffoli deverá ser marcado por todo cidadão que gosta deste País, como um dos maiores corruptos dessa tão triste terra.

Toffoli pode hoje ser um dos símbolos da imoralidade brasileira. Vamos ver quando alguém irá desbancá-lo desse pedestal.