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O Brasil não é mais um país sério

Gerson Tavares

Nunca pensei que um dia eu iria dizer que o Brasil não é um país sério, mas infelizmente este dia chegou. Culpo muito o povo por isso e principalmente os eleitores porque foram eles que deram o aval para que tantas loucuras viessem a acontecer.

Os políticos são eleitos comprando, de alguma maneira, os votos do eleitor. Existe aquele voto que o eleitor troca por uma colocação em algum órgão público, por uma “Bolsa Família” e tem até aquele que troca por uma cachaça, já que na maior parte do país não existe mais a lei seca no dia das eleições.

E é assim que eles se elegem. Quando digo, eles, eu posso até dar alguns nomes aqui. E já que é para dar nomes, vamos lembrar alguns que já fazem parte das colunas policias há algum tempo. Mas por que estou falando disso agora? Simplesmente porque estamos em época de formar comissões parlamentares e vejo que muitos daqueles que não poderiam nem se quer ser candidatos, estão tomando posição de destaque em muitas comissões.

Não vou falar de Tiririca, de Romário e de Popô, que não farão grandes abalos na estrutura do país. No fundo, esses nomes, em qualquer posição a que venham assumir em suas comissões, jamais farão destaques que possam abalar as estruturas do país. Mas vou falar de “malandros” bem mais escolados e que estarão atuando numa comissão que poderá mudar o rumo do país.

Uma comissão está sendo formada para “organizar” questões que dizem respeito a financiamento público de campanha, zelar pela fidelidade partidária e principalmente cuidar dos casos dos “fichas-sujas”. E a comissão que foi instalada na terça-feira pela Câmara vai elaborar proposta de reforma política só tem “pilantra” em sua formação.

Ali conseguiram juntar a nata do submundo político brasileiro, já que temos nomes com Paulo Maluf, que além de todas as “maracutais” que o mundo conhece, ainda está na “lista de procurados pela Interpol”. Maluf foi enquadrado na lista dos “ficha-suja” no ano passado, mas está aí, dando cartas e ainda tem direito de organizar a “bagunça”. Com ele está também um dos “mensaleiros”, companheiro de “trambiques” do Zé Dirceu, o Waldemar Costa Neto. Além desses dois temos o não menos “pilantra” Eduardo Azeredo, que em Minas Gerais andou fazendo das suas com um “mensalão” meio que escondido, já que mineiro faz tudo calado.

Vocês se lembram que um assessor do deputado do PT do Ceará, José Guimarães, foi preso com 100 mil dólares na cueca? Pois bem, esse José Guimarães também faz parte da comissão e para não ficar só nesses o Newtão, aquele ex-governador Newton Cardoso, que pertence ao PMDB de Minas, está lá marcando presença.

Mas essa comissão que é tão importante para os destinos do Brasil precisava de um presidente de peso e foi aí que para a posição foi escolhido o Almeida Lima, que é do PMDB de Sergipe e um dos homens da “tropa de choque” do senador Renan Calheiros.

Depois disso aí exposto eu pergunto: “Existe alguma chance desse Brasil ser sério?”