terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um idoso abandonado:
Hospital Souza Aguiar vai fazer 101 anos







Souza Aguiar, o maior hospital da cidade
vice uma eterna “miséria”
Foto – Fernando Rabelo







Souza Aguiar vive crise na emergência e
o povo sofre em filas intermináveis
Foto – Marcelo Migliaccio



RIO – Na próxima sexta-feira, o Hospital Souza Aguiar estará completando 101 anos. Sem razão para maiores festejos pelo seu estado debilitado de “saúde administrativa”, mas mesmo assim a prefeitura planejou diversas atividades para celebrar a data durante toda semana, como palestras, mesas redondas e por incrível que pareça, serviços para a população. Aliás, serviços que deveriam ser diários e por todo o tempo, mas que pelo visto, só mesmo para festejar aniversário.

Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos, não vê tantos motivos para comemorar. Além de carência de funcionários e de falta de equipamentos com tecnologia avançada na unidade, Darze chama atenção para os altos índices de infecção hospitalar no local. “Essa comemoração é uma estratégia do governo para tentar enaltecer o papel do secretário, que fez uma gestão temerária” diz Jorge Darze, referindo-se ao secretário Jacob Kligerman. “O único festejo deveria ser para enaltecer o trabalho dos profissionais que fazem grande esforço para manter o hospital de portas abertas”, continua o médico, presidente do sindicato.

Ainda segundo doutor Jorge Darze, o hospital está em crise e foi abandonado pela prefeitura nos dois últimos mandatos do prefeito Cesar Maia. “As reformas foram adiadas há muito tempo. Depois desse governo, as condições de funcionamento só pioraram”, denuncia Darze, que completa: “A Emergência é precária e superlotada. E mesmo no setor novo da emergência, inaugurado recentemente, uma parte foi interditada por causa de infiltração e vazamentos. São muitas as carências do hospital e os casos de infecção hospitalar também cresceram”.

Como sempre, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) negou, em nota, que haja uma parte da Emergência interditada. Diz a nota: “A nova Emergência foi entregue à população no final do ano passado e não há qualquer problema na sala amarela”.

De acordo com a secretaria, encontra-se em obras apenas o Centro de Tratamento de Queimados adulto, as fachadas do hospital e o setor de Nefrologia. Desde 2007, ainda segundo a assessoria, foi iniciado um plano de investimento no hospital, que totaliza R$ 20 milhões, e inclui a renovação tecnológica e a realização de obras em todo a unidade. E para o ano que vem estão previstas melhorias no Centro Cirúrgico, no Lactário, na Central de Esterilização e no setor de Residência Médica.

Mas como nem só a prefeitura é relapsa no setor hospitalar, o Emorio, um serviço referência em hematologia do estado, depois que Sérgio Cortez assumiu a secretaria de saúde do Estado do Rio, vem se deteriorando e só por um belo trabalho dos médicos, enfermeiros e funcionários, ainda sobrevive. Remédios que nunca faltaram, hoje estão sumidos da farmácia da unidade.
E como agora, estarão mais unidos que nunca a prefeitura, o estado e a união, pobre povo do Rio.

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