sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Imprensa, sempre a imprensa


Gerson Tavares



É impressionante como as coisas são sempre iguais quando essa turma do governo abre a boca. E o Lula é mestre em falar mal de jornalistas, esquecendo que foi essa mesma imprensa que fez dele presidente. Sem a divulgação da imprensa, hoje tão criticada por eles e seus asseclas, ele não teria saído do ABC. Por lá mesmo acabaria sem chegar a lugar nenhum. E seria bom lembrar que a imprensa só falava aquilo que era de interesse dele.

Mas agora a imprensa é sempre culpada porque hoje, não fala nada que ele faz de bom, mas ele esquece que para falar alguma coisa, é preciso que essa coisa aconteça. E agora ele foi falar mal da imprensa lá em Tucuruí, no Pará. Lula disse que as manchetes só reproduzem notícias ruins, como se nada de bom acontecesse. Lula até lembrou de um fato do passado, quando ele jogou um papel de bombom no chão. A foto viajou e teve o maior destaque no dia seguinte. Para ele, o episódio revelou preconceito. Já eu acho que não. O fato revelou uma tremenda falta de educação da pessoa que jogou o papel no chão.

Ele disse que estava falando aquilo porque muitas vezes, quando liga a televisão, vê muitas notícias ruins. Ainda disse que são notícias importantes para serem contadas, mas que ao terminar o noticiário, ele se pergunta: “será que não aconteceu nada de bom no mundo hoje? Só coisa ruim? Ou será que a nossa cabeça está condicionada a achar que o que é bom, é obrigação de se fazer e apenas o ruim tem que mostrar?”.
E foi aí que Lula, para não perder tempo, disse não ter tempo para assistir televisão, com exceção aos sábados à tarde, quando o Corinthians joga pela segunda divisão do Campeonato Brasileiro. E aí eu pergunto: Lula, desde quando, assistir jogo do Corinthians é coisa boa?
Mas deixando o “futebol da segunda divisão” para lá, é bom lembrar ao Lula, que quando alguém se propõe a fazer alguma coisa, tem por obrigação fazer bem. Mas como pensar nessas coisas vivendo em um país como o nosso, com uma política exercida atualmente por homens públicos, que para se elegerem apresentam propostas e fazem promessas mil e depois de se elegerem nada fazem? Agora Lula, me diga: como a imprensa deverá tratar o assunto?

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