sexta-feira, 3 de agosto de 2012


Para fechar esta semana

Gerson Tavares





Esta semana que poderá estar passando para a história como o “Início da Grande Ressurreição Do Brasil”, também poderá ser reconhecida no futuro como o “Ápice da Derrocada De Um País Desgovernado”. 

Tudo irá depender de 11 cidadão que estão sentados em suas cadeiras no plenário do Supremo Tribunal Federal. Ali, esses cidadãos estão julgando membros do Congresso, do Executivo e mais alguns que estavam também se locupletando no triste escândalo que recebeu o nome de “Mensalão”.

Só para que ninguém esqueça, lembro aqui que o caso do Mensalão, é o principal escândalo do governo Lula e eu não tenho medo de dizer, que este é o maior escândalo da Repúbica brasileira. Pois bem, este é o processo que desde ontem está sendo julgado pelos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Os membros do STF estão analisando a ação penal de número 470, que, por si só, é o maior e mais importante julgamento da história da Corte.

O processo do “mensalão” tem mais de 50 mil páginas, e cerca de 600 pessoas foram ouvidas desde 2006, quando a denúncia foi apresentada. Trinta e oito pessoas serão julgadas, acusadas de integrar um esquema ilegal de financiamento político no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dez dos envolvidos são do PT. Aqui coloco o meu “dedo” e digo que dos quarenta ladrões, dois ficaram de fora, um porque faleceu e o outro ninguém sabe o por que. Mas fica de fora também o chefão da quadrilha, que outro não é, senão o "Ali-Lulá".

De acordo com a denúncia da Procuradoria Geral da República, era pago um valor mensal para parlamentares que votassem a favor de projetos do governo. Entre os réus, estão dirigentes do Banco Rural, ex-ministros, parlamentares, e o empresário Marcos Valério.

Mas ainda é cedo para termos alguma opinião formada por tudo que irá acontecer nesses dias que se seguem. Então resolvi transcrever aqui uma carta que tive acesso e que diz bem o que é a política brasileira. Esta carta foi endereçada a um “Consultório Sentimental” e que mostra o grande dilema que um jovem está vivendo. Então ele resolveu escrever para a psicóloga Márcia e a carta começa com o título: “DILEMA AMOROSO: CONTO OU NÃO CONTO?”. E assim começou pobre jovem.

"Márcia,

Recorro a você para pedir conselho num dilema muito sério. Eu tenho uma namorada que eu amo intensamente e quero casar com ela. O meu problema tem a ver com a minha família, eu tenho receio que a minha amada não se identifique bem com algum parente e isso gere conflitos no nosso relacionamento. Papai é chefe do tráfico e tem atuação muito forte no Rio de Janeiro. Ele conheceu a minha mãe numa casa de tolerância e conseguiu tirá-la dessa vida. Hoje ela tem sua própria zona com mais de duzentas mulheres e homens, e não precisa mais exercer esse trabalho pessoalmente, só de vez em quando pra se manter sempre por dentro das tendências do mercado. Tenho três irmãos e duas irmãs que eu conheço pessoalmente. O mais velho é deputado federal, a pedido do meu pai, para garantir os seus negócios. O segundo tinha problema, mas mudou muito de vida depois que cumpriu a pena por sequestro e estupro e hoje é bispo da Igreja Universal, já ressuscitou catorze mortos e curou mais de 300 aidéticos e vive bem com suas quatro esposas lá na Região dos Lagos. Meu terceiro irmão abandonou a milícia que ele comandava no Complexo do Alemão, se arrependeu dos presuntos que ele tem no currículo, saiu do armário faz uns oito meses e hoje é travesti e trabalha na Rua do Jóquei em São Paulo, mas ele faz só ativo. Apesar de ter virado a casaca e largado o Mengão pra virar curintiano por causa do Ronaldo, ele é um menino bom e não causa preocupação na família. A gente vê que ele tá bem encaminhado. A minha irmã mais velha casou com o avô da ex-namorada dela, que está em estado vegetativo por causa de um derrame que ele teve quando o bicho pegou na época do mensalão. Ela abriu sua própria empresa em parceria com um sindicato, um despachante e um cartório, e hoje vende autopeças procedentes de veículos desaparecidos de outros Estados. E a minha irmã caçulinha trabalha de dia como atriz nas Brasileirinhas e de noite ajuda a mamãe, só que ainda na fase do atendimento direto ao cliente, pra poder pegar o know-how do negócio a partir da base.
Bom, Márcia, tudo isso exposto, a minha pergunta é a seguinte: você acha que eu devo revelar de uma vez ou ir revelando pouco a pouco pra minha namorada que eu tenho um irmão deputado?".   

Depois dessa, a Márcia ainda não respondeu ao jovem. Tudo porque é muito difícil você ter que omitir da pessoa que você ama, o que se passa em sua família, mas também, abrir o jogo e falar que tem um irmão deputado, aí também já é demais.

A Márcia está pensando em encorajar ao jovem para que ele acabe com o namoro. Pelo menos assim, não passa pela vergonha de ver a sua amada desmanchar o namoro por um crime que não é seu.


Juro que na segunda feira vamos falar de coisas mais amenas. 







3 comentários:

Janaína Peixoto disse...

Muitos de nós estamos nessa mesma situação. Nada nos envergonha mais que ter um parente ou amigo político.
A que ponto chegou essa nossa política.
Belo Horizonte

Rivaldo Campos Salles disse...

Esta é a verdadeira estória da nossa história.
Temos vergonha dos políticos que temos hoje em dia.
Mas pelo que deu para notar, também entre os ministros do STF, temos muitos deles que nos envergonham.
Brasília

Sérgio Gama disse...

E foi com chave de ouro que voC~e fechou a semana. Esse jovem que escreveu para a Márcia, tem que se preocupar mesmo. Ter um irmão deputado é um dos maiores crimes que alguém possa cometer.
Grande história.
Salvador