Gerson Tavares
Na segunda-feira, logo pela manhã, durante o “Café com a president(a)”, Dilma Rousseff resolveu fazer um balanço de seu primeiro ano de governo e mesmo com atraso fez a sua mensagem de final de ano.
Dilma falou que não vai descansar enquanto não tirar 16 milhões de pessoas da miséria. Eu não entendo bem esse número, porque cada vez que ela fala em miséria o número muda. Se for o caso de falar que a miséria está acabando ele dá um número menor, mas se é para dizer que vai dar combate a miséria, aí ele sempre aumenta.
Dilma falou que está “longe de se sentir satisfeita”. E foi aí que entrou o discurso de "político canastrão": "Queridas brasileiras, queridos brasileiros. Nada melhor para uma mãe, ou para um pai de família, quando pode dizer a seus filhos: ‘apesar das dificuldades, graças a Deus este foi um ano bom’. E, com certeza, o próximo será ainda melhor".
E ai ela pulou para o ano que está se iniciando e para tanto ela falou: “2011 foi um ano de grande prova e 2012 será mais um marco de consolidação do modelo brasileiro”. Continuou falando que 2012 será o ano da salvação do pequeno empreendedor e que as pequenas empresas terão um ano de graça. Falou que todos os brasileiros vão ter mais facilidades para comprar a casa própria. Disse que até 2014, por acaso o ano da Copa do Mundo, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil vão investir mais de R$ 125 bilhões no "Minha Casa, Minha Vida". Somente este ano, já foram contratadas 341 mil novas moradias, mas acho que ela fez uma confusão de datas já que emendou dizendo que “já entregamos 400 mil moradias e outras 500 mil estão em obras”. Se no dia 2 ela já entregou 400 mil casas e já está fazendo outras 500 mil, ela está competindo com os pastores que estão fazendo milagres nos programas de auditório de algumas emissoras de televisão.
Ela disse que serão milhões e milhões de famílias pobres e de classe média realizando o sonho da casa própria. Que reduziu também o IPI sobre geladeiras, fogões e máquinas de lavar, tudo para baratear o custo destes produtos. Em apoio à agricultura foi renovada a redução de tributos de caminhões, utilitários e máquinas agrícolas.
Mas Dilma não poderia deixar de falar do ”filho pródigo”. E foi aí que ela elevando o tom falou: “Mais emprego, mais progresso, mais desenvolvimento e melhor infra-estrutura continuarão sendo trazidos pelas obras do PAC, que, em 2012, ganharão ainda mais ímpeto, em todo território nacional. Porém uma coisa, em especial, aumenta a minha alegria. É o fato de que, além de garantir a estabilidade econômica, o governo vai poder ampliar nossas políticas de apoio aos mais necessitados. Por exemplo: o 'Programa Brasil Sem Miséria', que já produziu grandes resultados, vai se consolidar plenamente em 2012. Também vamos poder consolidar programas que o governo federal criou recentemente. Já liberamos recursos para a construção de 1500 creches e pré-escolas, e estamos na fase final de seleção de mais 1500 novas creches para 2012. Na saúde, o 'Melhor em Casa' vai continuar levando assistência médica, de qualidade, na própria casa de milhões de brasileiros. O 'S.O.S Emergência' vai continuar melhorando o atendimento nos principais pronto-socorros do país. Com investimentos de R$ 4 bilhões, estamos implantando o programa ‘Crack, é possível vencer’, que vai dar assistência médica, social e pedagógica aos dependentes de droga e suas famílias; e vai também combater de forma vigorosa o narcotráfico e suas máfias. Por meio do 'Programa Viver Sem Limites', daremos um forte apoio aos 45 milhões de brasileiros que sofrem com alguma deficiência física ou psicológica. Na educação, o Pronatec vai continuar matriculando alunos em cursos técnicos em todo país. Até 2014, vamos preencher oito milhões de vagas”.
Mas foi aí eu fiquei pensando. Se o governo vai promover severo corte de gastos, em 2012, para cumprir a meta de 3,1% do PIB, que é o modo de facilitar a queda mais acentuada das taxas de juros, o bloqueio das despesas orçamentárias terá ser maior do que os R$ 50 bilhões que foram anunciados lá no mês de fevereiro. Já existe técnicos do Ministério da Fazenda que calculam a tesourada na faixa de R$ 60 bilhões.
Todos sabem que a realidade da presidente Dilma Rousseff era dar um freio de arrumação na economia em 2011, mas o agravamento da crise internacional mudou o quadro. Agora, com toda a pressão que ela está sofrendo por aumento de gastos, por causa das eleições municipais de outubro, o discurso da equipe econômica não vai dar tréguas e irá na contramão da gastança.
Então é hora de esperar. Depois desse café com acompanhamento de tantas “baboseiras”, vamos esperar o que vem por aí. Mas enquanto isso, em Brasília, o assunto ainda é “bolsa de apostas”, e a bolsa de apostas ainda está recebendo apostas no “Concurso Pimentel”.
“Pimentel cai ou não cai?” Façam suas apostas!
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