A “madona”

Gerson Tavares

Tudo aconteceu no mesmo dia em que o Serra estava sendo apresentado como o candidato do PSDB à presidência da República. Lula transformou o encontro dos trabalhadores metalúrgicos do ABCD paulista em um grande comício pro Dilma.

Ele preparou tudo para que Dilma fosse a grande estrela do dia. Para Dilma, uma aparição digna da “Madona” e não confundam com a Madonna do Jesus Luz, mas “aparição” mesmo da “senhora deles” e só muito tempo depois, ele chegou discretamente para não ofuscar em nada a sua “duble”.

Mas o mais gozado de tudo que aconteceu em São Bernardo do Campo foi o fato que ninguém esquecia que lá em Brasília estava acontecendo uma festa do partido adversário. E o fato incomodava tanto, que por duas vezes eles se lembraram de Ana Hickmann, que foi a mestre de cerimônia do evento do PSDB.

Todos falavam em mulher e mãe, coisa que a Dilma é, mas alguém não deixou passar sem a linda Ana: “Nosso evento está lindo... A única diferença é que não temos a Ana Hickmann... O nosso apresentador é feio para caramba!”, falou um pelego. Já o Aloizio Mercadante, que foi anunciado como candidato do PT ao governo paulista foi discreto e tentou minimizar o caso: “Não temos a mais bela apresentadora e sim a mais bela luta pelo direito dos trabalhadores”.

Mas parece que o trabalhador foi o que menos importou aos pelegos, ao Lula e aos petistas. Afinal, em um evento que deveria servir para “debate” de propostas para melhorar a qualidade de emprego, ninguém tocou no assunto e o trabalhador ficou no esquecimento daqueles que se dizem “trabalhadores”, mas que não passam de “aproveitadores”.