terça-feira, 8 de setembro de 2015

GOVERNO DEVE EXPOR DÉFICIT

Gerson Tavares








Para “montar esquema” com o Congresso, o governo, no último dia de agosto, o “mês do desgosto”, não teve outra opção e deixou explícita a previsão de “déficit primário” nas contas do setor público, em 2016. A proposta de Orçamento do ano que se aproxima foi enviada ao Congresso no dia 31. E como todos já sabiam com antecedência que só com “muita negociação” poderiam “acertar” com os congressistas, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião com ministros, no domingo, dia 30, para dividirem os problemas que poderão advir e cada um correr atrás daquele “mais chegado” e levar aquele “léro”.

No fundo, lá pelas bandas do Alvorada, todos sabem que um dos grandes responsáveis pelo “grande déficit” é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. E por isso ele vê com grande preocupação a sinalização de novo déficit, afinal, dessa vez esse “déficit” deverá embutir um sinal negativo para o mercado e pode levar o Brasil a perder o grau de investimento, com consequências ainda mais severas para a economia, que já está em recessão. E o pior de tudo é que todos sabem que o Levy luta por um corte maior de despesas, mas aí também ele se coloca contra todos que só sabem gastar e gastar.

E o que mais preocupava é que a Fazenda queria fazer com que as projeções incluídas do Orçamento não fossem mascaradas e assim, até Dilma ficou “boladona”, afinal, pensou ela, como vamos viver? Sem mordomias? E em conversas com um integrante da equipe econômica, o vice-presidente Michel Temer defendeu "realismo" na elaboração do Orçamento de 2016.

Como a Dilma foi “obrigada” a voltar atrás na ideia de meter “mais forte” a mão no bolso do povo sem a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, a “famigerada” CPMF, o governo não teve muitas alternativas para cobrir o rombo de R$ 80 bilhões. Assim sendo, tudo indicava que a meta de superávit primário de 2016, de 0,7% do PIB, seria reduzida novamente e que um novo corte de programas sociais venha a acontecer.

Mas se na papelada do Orçamento consta o déficit de mais 30 bilhões de reais, ninguém é capaz, hoje em dia de entender como o Brasil poderá ser governado.

Ouvi dizer que a Dilma está “fula da vida” com esse “fogo amigo” que não permitiu que o seu “desgoverno” recriasse essa “dupla tributação” que é na verdade a CPMF.

Mas como os seus assessores conhecem a sua incapacidade, nem dão mais bola para os seus "faniquitos".

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