GOVERNO DEVE
EXPOR DÉFICIT
Gerson Tavares
Para “montar
esquema” com o Congresso, o governo, no último dia de agosto, o “mês do
desgosto”, não teve outra opção e deixou explícita a previsão de “déficit
primário” nas contas do setor público, em 2016. A proposta de Orçamento do ano
que se aproxima foi enviada ao Congresso no dia 31. E como todos já sabiam com
antecedência que só com “muita negociação” poderiam “acertar” com os
congressistas, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião com ministros, no
domingo, dia 30, para dividirem os problemas que poderão advir e cada um
correr atrás daquele “mais chegado” e levar aquele “léro”.
No fundo, lá
pelas bandas do Alvorada, todos sabem que um dos grandes responsáveis pelo
“grande déficit” é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. E por isso ele vê com grande
preocupação a sinalização de novo déficit, afinal, dessa vez esse “déficit”
deverá embutir um sinal negativo para o mercado e pode levar o Brasil a
perder o grau de investimento, com consequências ainda mais severas para a
economia, que já está em recessão. E o pior de tudo é que todos sabem que o Levy
luta por um corte maior de despesas, mas aí também ele se coloca contra todos
que só sabem gastar e gastar.
E o que mais
preocupava é que a Fazenda queria fazer com que as projeções incluídas do Orçamento
não fossem mascaradas e assim, até Dilma ficou “boladona”, afinal, pensou ela, como vamos
viver? Sem mordomias? E em conversas com um integrante da equipe econômica, o
vice-presidente Michel Temer defendeu "realismo" na elaboração do
Orçamento de 2016.
Como a Dilma
foi “obrigada” a voltar atrás na ideia de meter “mais forte” a mão no bolso do
povo sem a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras,
a “famigerada” CPMF, o governo não teve muitas alternativas para cobrir o rombo
de R$ 80 bilhões. Assim sendo, tudo indicava que a meta de superávit primário de 2016, de 0,7%
do PIB, seria reduzida novamente e que um novo corte de programas
sociais venha a acontecer.
Mas se na papelada do Orçamento consta o déficit de mais 30 bilhões de reais, ninguém é capaz, hoje em dia de entender como o Brasil poderá ser governado.
Ouvi dizer
que a Dilma está “fula da vida” com esse “fogo amigo” que não permitiu que o
seu “desgoverno” recriasse essa “dupla tributação” que é na verdade a CPMF.
Mas como os seus assessores conhecem a sua incapacidade, nem dão mais bola para os seus "faniquitos".
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