DEPOIS DE TROCAR “TROMPAS”
POR VOTOS, ASDRÚBAL RESOLVEU
TOCAR EM OUTRA
FREGUESIA
Como era bom o tempo em
que quando se falava em Asdrúbal era só um trabalho do grupo “Asdrúbal Trouxe o
Trombone”. Este grupo definia-se pela desconstrução da dramaturgia, a
interpretação despojada e a criação coletiva. Vários grupos no Rio de Janeiro
até o início dos anos 1980 são seus seguidores, entre eles, a Companhia
Tragicômica Jaz-o-Coração, Banduendes Por Acaso Estrelados, Beijo na Boca,
Diz-Ritmia.
Já em sua estreia, em
1974, o Asdrúbal chamou a atenção do público e da crítica com o espetáculo "O Inspetor Geral", de Nikolai Gogol. Segundo o crítico Yan Michalski, "quem
assistiu ao lançamento sentiu que a demolidora irreverência do grupo continha a
semente de um novo teatro, criado pelo prisma da visão de mundo da geração que
então estava ingressando na idade adulta”.
A prodigiosa energia
vital do grupo se revelaria mais tarde o denominador comum de uma nova proposta
teatral, que ocuparia um dos primeiros planos na atividade cênica do País.

Diz o “falso” Asdrúbal,
que esta decisão de renunciar foi tomada para “evitar constrangimento” para os
colegas parlamentares na hipótese de decidirem pela eventual manutenção do seu
mandato, mas no fundo ele pensou assim: “Quem não é visto não é lembrado. Assim
sendo, em quatro anos eu volto com nova ‘roupagem’ e ninguém nota que está
votando em mim”. É uma estratégia que os políticos “safados” usam e assim vão
roubando ainda mais. Então ele afirma: “Renuncio para preservar a imagem deste
poder e também os meus companheiros, que certamente serão alvo de muita
pressão”.
A renúncia foi
formalizada com a comunicação feita ao plenário pelo presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), depois de receber a carta em que o deputado
informou que desistia do mandato. O anúncio foi feito antes de a Mesa Diretora
da Câmara iniciar reunião para decidir sobre a abertura de processo de cassação
contra ele. Se a mesa iniciasse a reunião e instaurasse o processo, Bentes não
poderia mais renunciar. Tudo armado e bem
orquestrado, afinal, não existe só um “safardana” naquela Casa.
Agora vejam se não há intenção de uma nova candidatura em 2018. Mesmo renunciando agora, Asdrúbal
avisou que não vai se desfiliar do PMDB. Ele que já tem seis mandatos na
Câmara, afirmou que “o povo” do seu estado vai decidir se ele continua na
política. E na maior falou rindo da cara do povo: “Eu voto em mim com certeza,
mas quem decide no futuro é o povo, se me quer na política”. Ele que é um
condenado, pretende solicitar à Justiça o cumprimento da prisão domiciliar em
Marabá, no Pará, seu domicílio eleitoral. Claro que prisão domiciliar em
Marabá, é o mesmo que ficar preso pelas ruas e lugarejos por onde continuará
comprando os votos para 2018. Diz que estará atuando como advogado enquanto
cumpre a pena. Ao ser perguntado se iria mesmo advogar ele respondeu: “Claro.
Vou viver de quê, minha filha?”, respondeu o "safardana" a uma jornalista.
Como ele teve a prisão
decretada pelo STF, ele imediatamente se apresentou ao juiz Nelson Ferreira
Júnior, da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas do Distrito
Federal (Vepema-Distrito Federal). Foi então que o magistrado suspendeu o
mandado e informou ao parlamentar que ele cumprirá a pena em casa, já que a
condenação foi inferior a quatro anos. Assim sendo, a pena teria de ser
cumprida em regime aberto. Bentes poderá trabalhar durante o dia, mas terá de
se recolher à sua casa entre 21h e 5h, aliás, horário em que os incautos eleitores também recolhidos e dormindo.
O Asdrúbal foi condenado
em 2011 pelo STF por esterilização cirúrgica irregular de mulheres. Na quinta-feira, dia 20 de março, os ministros do tribunal rejeitaram os últimos recursos contra a
decisão. Mas como nunca vi “bandido” se declarar culpado, Bentes voltou a negar
que tenha atuado para a realização de cirurgias de laqueadura. “Em nenhum
momento encaminhei algum pedido de cirurgia de laqueadura”, disse o “condenado
sem culpa”.
E quando digo que ele
será candidato em 2018, tenho uma razão para isso. Embora Asdrúbal tenha sido
condenado pelo STF, órgão colegiado de última instância na Justiça, ainda
existe dúvida jurídica quanto ao período em que Bentes ficará inelegível. Pela
Lei da Ficha Limpa, ele ficaria impedido por oito anos após o cumprimento da
pena de três anos, mas o crime pelo qual foi condenado não se enquadra na lei.
Mas não custa
dificultar e assim sendo, a própria condenação, que suspende os direitos
políticos, pode ser interpretada como uma das condições da Ficha Limpa para a
inelegibilidade, afinal, ele é um "ficha suja". A questão, segundo alguns advogados, pode parar novamente nos
tribunais.
E a novela poderá se
estender por mais alguns anos, mas que ele será candidato, não há a menor
dúvida.
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