quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Depois do recesso, a pressão.


Primeiro o meu e depois,

o meu também

Gerson Tavares
 






As festas acabaram e depois de pouco mais de um mês de recesso dos Poderes Legislativo e Judiciário, os parlamentares e magistrados voltaram a trabalhar na segunda-feira com pauta de alto poder de pressão sobre o Executivo. Em ano de eleição a pressão será política e principalmente financeira.

Como no Congresso estão para serem votados projetos que dão dor de cabeça ao governo, tais como a velha proposta do piso salarial dos agentes de Saúde e a derrubada do veto presidencial ao projeto que cria 269 novos municípios, os legisladores encontram ali uma ótima “moeda de troca”.

Dizem alguns que o peso da maioria governista deveria pender a favor do Palácio do Planalto, poderá se virar contra ele e isso só vai depender do resultado das mudanças que a presidente Dilma Rousseff ainda está fazendo no primeiro escalão do governo. Se der vantagem eles votam com ela, mas se der desvantagem, aí ela vai ver o que é ter oposição dentro de casa.

Já no Judiciário, além da conclusão do processo do mensalão petista e o início do julgamento do mensalão mineiro, os ministros do Supremo Tribunal Federal podem decidir, ainda dentro deste semestre de campanha, questões com grande impacto econômico, como a chamada “desaposentadoria” e a correção da poupança durante os planos econômicos dos anos 1980/1990, que tem impacto estimado de mais de R$ 100 bilhões. Claro que isso é também uma forte “moeda de troca”, só que desta vez contra ou a favor daqueles que têm a caneta da Justiça na mão.

No Congresso a retomada das atividades estará sendo feita sob os reflexos da reforma ministerial que está em curso e assim, dependendo de quem vai ser beneficiado. Com a definição do espaço de cada partido aliado lá na Esplanada, com o PMDB em posição muito especial, será o responsável pelo posicionamento do governo, já que ele “tem a força” e a Dilma “tem o medo”. Assim sendo, será ele que decidirá o humor do governo.

Dizem que o Palácio do Planalto já identificou problemas na pauta de votações. Então está resolvido que o primeiro teste para ver o tamanho da insatisfação da base aliada será com os rumos da reforma ministerial e com o cronograma de pagamento de emendas impositivas será a votação do veto presidencial à lei que permite a criação de 269 novos municípios.

Quando se fala em aumento de espaço para colocar cabos eleitorais, o PMDB diz que é municipalista e que é impossível manter veto a criação de municípios. E por incrível que possa parecer, o apoio do PSB de Eduardo Campos já é ponto certo. E a Dilma que é esperta como que, mesmo sabendo que o Brasil não tem dinheiro para manter mais esses municípios, vai encarar o problema agora e se por acaso se eleger, aí sim, vai reclamar que não há verba que aguente tantas “cidades” que só dão despesas.


Mas para ter ajuda de campanha, Dilma vai aceitar tudo que os “fortes de votos” exigirem. No final, quem paga a conta é o povo, aquele mesmo que vota e elege um bando de “safardanas”.

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