terça-feira, 8 de maio de 2012


Lei Seca, mas com equipe desgovernada

Gerson Tavares
 




Tenho certeza que quando o Hugo Leal pensou na Lei Seca ele não pensou que um dia iria ver que a própria equipe da fiscalização se mostrasse tão ébria. Sim, porque só estando muito bêbado um fiscal da Lei Seca poderia fazer com que um ciclista passasse pelo que passou o cinegrafista Bianco, quando voltava para casa depois de uma noite de trabalho e viu seu caminho, que é a ciclovia que vai do Leblon até ao Leme, interditada por três viaturas e uma tenda da equipe de fiscalização da Lei Seca.    

Primeiramente ele parou e estupefato, prestou mais atenção naquilo que via para ter certeza que não era uma miragem. Então ele resolveu cumprir com o seu papel de cinegrafista, pegou a câmera e começou a gravar. Ao ser notada a sua atitude pelos “fiscais” eles resolveram que deveriam acabar com o trabalho do rapaz e pediram para que ele fizesse o teste do bafômetro, bafômetro este que eu tenho muitas reservas, já que ele não é descartável e durante toda a noite milhares de pessoas sopram bactérias para o seu interior. Seria honesto por parte das autoridades usar bafômetro descartável, que é bom que eles saibam, existe.

E como o cinegrafista não estava ao volante de carro algum, se negou a fazer o teste. Então os ébrios fiscais, e eu quero acreditar que estavam ébrios mesmo, pois se estavam sóbrios, eles nada sabiam da função que estavam exercendo ali naquele momento e lugar. Mas então os "ébrios fiscais" resolveram multar o cinegrafista. E mesmo não estando dirigindo, ele ainda vai perder pontos em sua carteira de habilitação e ainda rebocaram a bicicleta elétrica de sua propriedade.

Bem, depois que o caso veio para a imprensa, começou a guerra de informações. O Bianco estava “pilotando” uma bicicleta elétrica e assim ele precisava estar de posse de sua habilitação para “pilotar a magrela”. Teria que estar de capacete e pelo que deu para notar, deveria estar de posse do resultado de seu exame psicotécnico.

E para piorar, o Denatran, em seu desvario, diz que uma bicicleta elétrica é um motociclo e por tanto quem estiver no comando deverá ter uma CH “A”. Mas aí vem aquela conversa de “cerca Lourenço” e diz que como a “magrela elétrica” não está regulamentada pela Prefeitura da cidade do Rio, “fica proibido o seu uso na cidade do Rio de Janeiro”. Coisa de maluco? Claro que não, porque isso é coisa de gente incompetente. Esses “analfabetos” que estão no Denatran esquecem que a regulamentação existe para definir limites e se não há definição de limites, então não há limites. Inclusive, o advogado Luiz Paulo Viveiro de Castro dá um exemplo que diz tudo: “se fosse assim, as pessoas também não poderiam respirar, já que não existe nenhuma regra que defina quantas inspirações e expirações são necessárias”. Uma explicação lógica de Viveiro de Castro, que com ironia desmontou todas e quaisquer atitudes que nunca poderão ser regulamentadas.

Mas nisso tudo, muitas coisa estão me deixando “encafifado”. Em primeiro lugar todos os carros que estavam na blitz, tanto o reboque quanto os dois automóveis Prisma, que são devidamente adesivados pela Secretaria de Governo, estão carregados de multas, entre essas, até avanço de sinal. A Secretaria de Governo informa que as viaturas são alugadas e elas foram contratadas, após a data em que as infrações foram cometidas. Mas a emenda ainda é pior que o soneto, já que o governo aluga carros que estão devendo multas e fica tudo por isso mesmo. E para piorar, elas estavam estacionadas dentr4o da ciclovia. Será que isso tudo não é crime?

Em segundo lugar eu coloco que, se foi reconhecida pelas autoridades responsáveis pela blitz que a equipe estava toda errada, tanto é que os “safardanas” já foram parar no olho da rua e ainda com tantos erros do órgão responsável pelo trabalho sendo mostrados a cada minuto, eu posso entender que essa lei só existe para tomar dinheiro dos motoristas.

As três multas, o pagamento do reboque e a estadia da bicicleta, terão que ser pagas pelo cinegrafista, mesmo com o governo reconhecendo o erro, demitindo os “aloprados” e falando que tudo que foi feito naquela abordagem não passou de uma grande “palhaçada”. Mas é este mesmo governo que diz, que do dinheiro não abre mão.

Desculpe Hugo Leal, mas jogaram a sua “Lei Seca” na lata do lixo.   

2 comentários:

José Carlos Teixeira disse...

Lei seca, mas muito tumultuada. Uma única bicicleta causa este escândalo todo.
São pessoas despreparadas que não conhecem nada do assunto e se dizem 'outoridade'.
Governador Valadares

Aline Pontes disse...

No Brasil não adianta lei, porque quando ela é boa é mal aplicada. Quier dizer, quando é lei um que é 'cabeça', mil cabeças estragam tudo.
Ipanema,Rio