segunda-feira, 2 de abril de 2012


O acervo de fotos Bloch Editores

Gerson Tavares







Quero começar esta semana fazendo uma cobrança que está martelando a cabeça de muitos profissionais. É um grande mistério tudo que envolve a venda do acervo fotográfico da Bloch Editores. Se houve um arrematante de todo aquele material profissional, coisa que hoje já duvido, ele não é localizado pela Justiça. A Justiça precisa notificá-lo, Qmas como não é encontrado, vai ficando no esquecimento. Existe uma notificação sobre a decisão do Ministério Público, que foi expedida em outubro do ano passado, após ação feita pelo Sindicato dos Jornalistas e que proíbe a revenda ou até mesmo separar as imagens.

E como ninguém consegue localizar o arrematante e só sabemos o “novo” dono do acervo que responde pelo nome de Luiz Fernando Barbosa, as imagens correm o perigo de tomar qualquer destino. A advogada do departamento Jurídico do Sindicato dos Jornalistas, Andresa Sena, diz: “Estamos aguardando a devolução da precatória para dar andamento ao processo, com expedição de ofícios para fins de localização do arrematante”.

Como o endereço fornecido pelo arrematante é de Teresópolis e já em abril de 2010 o jornal O Globo mostrava que o local informado pelo comprador não era a sua residência, o presidente da Comissão de Ex-Funcionários da Bloch Editores, José Carlos Jesus, também tem suas dúvidas se este material ainda está no Brasil.

Mas o que mais preocupa são os direitos autorais dos repórteres fotográficos, direitos esses que já não foram respeitados na ocasião do leilão e que agora estão correndo o risco de um ”pirata” estar ganhando muito dinheiro com o material.

Muitos estão preocupados também com a conservação e o destino que poderá ser  dado ao acervo que conta a história do Brasil estampada nas páginas da Revista Manchete, que circulou entre 1952 a 2000.

A decisão do Ministério Público ainda obriga o comprador a manter as fotografias em local adequado de conservação. Às vésperas do leilão, em abril de 2010, o valor estimado pelo acervo era de cerca de R$ 1,8 milhão. No entanto, o material foi vendido por R$ 300 mil, 16% do estipulado. O dinheiro deve ser destinado para pagar direitos trabalhistas de cerca de 400 profissionais que ficaram sem receber após a falência dos veículos de comunicação de Adolpho Bloch.

Mas será que não seria bom procurar ver se este acervo não está guardado lá em Paris?

Olha, quero deixar bem claro que esta é só uma ideia.

3 comentários:

Hilário filho disse...

Direitos autorais para fotografo nunca foram respeitados neste país e não seria agora ue isso iria acontecer.
Quando do leilão, pagar esse direito do fotografo deveria ser a primeira condição para o arrematador fazer, mas os direitos profissionais nem foram olhados.
Agora, depois que muitos daqueles profissionais já nem estão entre nós, você acha que isso vai acontecer?
O trabalhador é roubado e tudo fica por isso mesmo.
Essa é a 'InJustiça' que se vive nos dias de hoje.
Rio de Janeiro

Marlene Silva Santos disse...

É... você não passou por lá. Infelizmente todos aqueles que estavam na Tupi e ficaram no Rio, foram parar na Manchete.
Então, quando ela fecho=uy as portas, todos aqueles que migraram da velha tupi se juntaram aos antigos companheiros da Bloch e até hoje não sabem o que fazer para receber pelo uso de suas obras.
Mas a familia Bloch está muito bem e tem gente que está lçá pela França, Paris para ser mais preciso.
Você pode ter dado a pista certa.
Rio de Janeiro

Homero Silva disse...

É muito triste ver o trabalho de profissionais ser roubado com o aval da Justiça. Quando do leilão a Justiça deveria ter garantido ao trabalhador o seu direito de autoria, mas como o trabalhador é sempre o 'resto', quem ficou com tudo está livre para vender, destruir ou mesmo levar para onde bem entender.
São Paulo