segunda-feira, 5 de março de 2012


Transportes é caso de polícia

Gerson Tavares
 


Quem escreveu o que vou reproduzir aqui, das uma: ou é um “mentiroso juramentado”, ou então é um inconsequente, coisa que no final, dá no memo. Por tanto vamos ver o que ele escreveu: “O sistema de transporte público fluminense passa por intenso processo de revitalização. Importantes investimentos estão sendo feitos no setor, que voltou a fazer parte das prioridades do governo estadual, depois de décadas de quase total abandono”.

Quem escreveu essas lindas palavras no Jornal “O Globo” na semana passada foi o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes. E ele escreve como se assim ele pensasse, como se assim fosse de verdade.

Será que este “almofadinha” pensa que engana? Será que ele não vê que todos os dias, a população que precisa de trens, metrôs e barcas, sofre com o descaso, não só das concessionárias, mas também dos governantes, parte da qual ele é um dos irresponsáveis?

Mas o Júlio Lopes não para por aí e diz mais: “Para alcançar um padrão de excelência, em mobilidade urbana, demos início a um amplo programa de modernização dos setores metroferroviário, rodoviário e hidroviário. Um exemplo é o sistema de transportes por barcas, que está preste a dar um salto de qualidade, a partir do uso consciente do dinheiro do cidadão, diretamente subsidiado através do seu CPF”.

Quando li “subsidiado através do seu CPF” fiquei meio grilado e então segui a minha leitura com muito mais atenção. E então vi que ele começou a explanar sobre o contrato de concessão, que foi assinado em 1998, já começando a falar de que o fato de como foi assinado o contrato, gerou um desequilíbrio econômico e a concessionária então foi acumulando prejuízos que chegam à casa dos R$ 350 milhões.

A única saída para resolver o problema da pobre empresa que tem a concessão era o povo sofrer com os problemas de mau atendimento, ou então pagar mais caro pela passagem. Foi então que o governo, que só pensa no “bem estar da população”, encarou a situação e decidiu aumentar a tarifa para R$ 4,50, mas para que o povo não seja espoliado, o governo subsidiará em R$ 1,40 as passagens que são pagas em mais de cem mil viagens diárias.

Mas é daí que vem a minha dúvida. Esse subsidio virá em forma de “Bilhete Único”. Então Júlio explica: “Este subsidio será dado diretamente ao usuário. Para acompanhar os milhares de embarques diários, decidimos implantar o sistema de bilhetagem eletrônica do Bilhete Único que, utilizando o CPF do usuário como base de cadastro, monitora os hábitos de viagem e filtra eventuais inconsistências. Isso nos permite auditar, em tempo real, a movimentação de passageiros, de maneira transparente e segura, com dados abertos ao TCE e à Alerj”,

Depois desse parágrafo fiquei preocupado. Será que assim como a Justiça está usando a “tornozeleira com chip” para monitorar os presos em liberdade condicional, o secretário de Transportes quer usar o “Bilhete Único” para monitorar o passageiro das barcas? Isso quer dizer que quem não quiser ser monitorado vai ter pagar mais R$ 1,40 por viagem. É mais ou menos um pedágio para passar sem ser notado. E tem mais um dado: é permitido dos valores de mesma passagem? Quem pagar em dinheiro então vai pagar mais caro que aquele que vai pagar com o "cartão"? Isso é legal? Com a palavra o Ministério Público.

Mas para esses governantes, no fundo é só mais uma nova modalidade que o governo do Estado encontrou para dar mais dinheiro para a concessionária fingindo que está ajudando o povo. É claro que esse aumento é abusivo, mas para que o povo não grite, eles fingem que resolveram o problema, mas enquanto isso, os passageiros vão continuar a sofrer com a falta de barcas, com barcas sem condição de navegação, com o desrespeito desses governantes sem moral e sem ética.

Pobre povo, que sofre e não luta.                       

2 comentários:

Norberto Chellin disse...

Mas também quem é o Júlio Lopes para falar de transporte de massa? Ele sabe muito bem falar de andar de Mercedes, de carros de luxo.
Ele não passa mesmo de um almofadinha.
Rio de Janeiro

Carmen Lúcia disse...

Mas falar em transporte coletivo com Sérgio Cabral, Júlio Lopes e Eduardo Paes é piada. eles não sabem nem o significado disso.
Eles são todos 'riquinhos' que estão brincando de políticos.
Irajá - Rio de Janeiro