Transportes
é caso de polícia
Gerson Tavares
Quem escreveu o que vou
reproduzir aqui, das uma: ou é um “mentiroso juramentado”, ou então é um
inconsequente, coisa que no final, dá no memo. Por tanto vamos ver o que ele escreveu:
“O sistema de transporte público fluminense passa por intenso processo de
revitalização. Importantes investimentos estão sendo feitos no setor, que
voltou a fazer parte das prioridades do governo estadual, depois de décadas de
quase total abandono”.
Quem escreveu essas
lindas palavras no Jornal “O Globo” na semana passada foi o secretário de
Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes. E ele escreve como se assim ele
pensasse, como se assim fosse de verdade.
Será que este
“almofadinha” pensa que engana? Será que ele não vê que todos os dias, a
população que precisa de trens, metrôs e barcas, sofre com o descaso, não só
das concessionárias, mas também dos governantes, parte da qual ele é um dos irresponsáveis?
Mas o Júlio Lopes não para por aí e diz mais: “Para alcançar um padrão de excelência, em mobilidade
urbana, demos início a um amplo programa de modernização dos setores
metroferroviário, rodoviário e hidroviário. Um exemplo é o sistema de
transportes por barcas, que está preste a dar um salto de qualidade, a partir
do uso consciente do dinheiro do cidadão, diretamente subsidiado através do seu
CPF”.
Quando li “subsidiado
através do seu CPF” fiquei meio grilado e então segui a minha leitura com muito
mais atenção. E então vi que ele começou a explanar sobre o contrato de
concessão, que foi assinado em 1998, já começando a falar de que o fato de como foi
assinado o contrato, gerou um desequilíbrio econômico e a concessionária então foi
acumulando prejuízos que chegam à casa dos R$ 350 milhões.
A única saída para
resolver o problema da pobre empresa que tem a concessão era o povo sofrer com
os problemas de mau atendimento, ou então pagar mais caro pela passagem. Foi
então que o governo, que só pensa no “bem estar da população”, encarou a
situação e decidiu aumentar a tarifa para R$ 4,50, mas para que o povo não seja
espoliado, o governo subsidiará em R$ 1,40 as passagens que são pagas em mais
de cem mil viagens diárias.
Mas é daí que vem a
minha dúvida. Esse subsidio virá em forma de “Bilhete Único”. Então Júlio
explica: “Este subsidio será dado diretamente ao usuário. Para acompanhar os
milhares de embarques diários, decidimos implantar o sistema de bilhetagem
eletrônica do Bilhete Único que, utilizando o CPF do usuário como base de
cadastro, monitora os hábitos de viagem e filtra eventuais inconsistências.
Isso nos permite auditar, em tempo real, a movimentação de passageiros, de
maneira transparente e segura, com dados abertos ao TCE e à Alerj”,
Depois desse parágrafo
fiquei preocupado. Será que assim como a Justiça está usando a “tornozeleira
com chip” para monitorar os presos em liberdade condicional, o secretário de
Transportes quer usar o “Bilhete Único” para monitorar o passageiro das barcas?
Isso quer dizer que quem não quiser ser monitorado vai ter pagar mais R$ 1,40
por viagem. É mais ou menos um pedágio para passar sem ser notado. E tem mais um dado: é permitido dos valores de mesma passagem? Quem pagar em dinheiro então vai pagar mais caro que aquele que vai pagar com o "cartão"? Isso é legal? Com a palavra o Ministério Público.
Mas para esses governantes, no fundo é só mais uma nova
modalidade que o governo do Estado encontrou para dar mais dinheiro para a
concessionária fingindo que está ajudando o povo. É claro que esse aumento é
abusivo, mas para que o povo não grite, eles fingem que resolveram o problema,
mas enquanto isso, os passageiros vão continuar a sofrer com a falta de barcas,
com barcas sem condição de navegação, com o desrespeito desses governantes sem
moral e sem ética.
Pobre povo, que sofre e
não luta.

2 comentários:
Mas também quem é o Júlio Lopes para falar de transporte de massa? Ele sabe muito bem falar de andar de Mercedes, de carros de luxo.
Ele não passa mesmo de um almofadinha.
Rio de Janeiro
Mas falar em transporte coletivo com Sérgio Cabral, Júlio Lopes e Eduardo Paes é piada. eles não sabem nem o significado disso.
Eles são todos 'riquinhos' que estão brincando de políticos.
Irajá - Rio de Janeiro
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