Despedidas

Gerson Tavares

Dia 31 de março foi dia de despedidas. Lula trocou dez ministros, já além de Dilma, mais nove estarão concorrendo nas eleições de outubro. Mas como nem só de ministros é feita a chapa nacional, muitos outros políticos e assessores deixaram seus cargos.

No Rio de Janeiro a troca mais badalada foi sem dúvida na prefeitura de Nova Iguaçu. Depois de muito vai e vem, Lindberg, o “garoto do Lula” conseguiu um cargo para se candidatar. A idéia inicial do “filhote de Lula” era ser candidato a governador do Rio, mas um acerto do Lula com o PMDB “tirou o doce da boca da criança”. Ai que dançou foi a Benedita. Lula, que não pode ficar mal com o “garotinho” petista, prometeu a candidatura da senadoria para “Lindinho” que não teve pena da “Bené”. Pegou a candidatura e ofereceu como prêmio de consolação para Benedita, que ela seja candidata a deputada federal.

Tudo acertado no PT, mas eu agora dou uma de Mané Garrincha: “E o partido do Lula já combinou com o Ministério Público do Estado?”. Sim, porque pelo que consta, Lindberg está com seus sigilos bancário e fiscal quebrados por determinação do Tribunal de Justiça. Esta investigação sobre um esquema de desvio de verbas na prefeitura partiu do Ministério Público e está na Seção Criminal do Tribunal de Justiça há dois anos. Só não sei por que esta apuração tem caráter sigiloso.

Mas com todo sigilo ficamos sabendo que esta medida de quebra de sigilo atinge, além de Lindberg, seus parentes. Pelo que fiquei sabendo, até os tijolinhos usados nas obras de embelezamento das ruas, tem um arranjo familiar. Desde o seu governo anterior, as obras nunca acabaram e os tijolinhos usados, sem contar o grande número que sumiu dos locais das obras, dariam para calçar de Nova Iguaçu à lua e ainda daria para dar uma voltinha por Marte.

Mas como Lindberg se defende das acusações sem agredir ninguém, ele vai levando a coisa em “banho-maria”. Jorge Picciani esta de olho no ex-prefeito, mas como também REM seu “rabinho” preso, “Lindinho” vai “empurrando com a barriga”.

A sorte da população do Rio é que o “cara” é vaidoso e burro. Se ele se candidatasse a deputado estadual até poderia ter uma cadeira, a senador, “nem que a vaca tussa”.